sábado, 18 de novembro de 2023

Sentido da evolução

São elas e as tantas marcas ali deixadas pelo tempo na face das memórias inesquecíveis. A função das vidas, embarcações de largo curso espalhadas no vento das virtudes. Música do silêncio. Individualidades em movimento. Horas mil gravadas no coração de todos. Isto de existir, a mágica fiel de tudo quanto há. Senhores de si, respondem aos apelos da Consciência e padecem amargas em muitas ocasiões da tatuagem da História na própria pele.

Quisessem fugir, restaria aguardar a força da imaginação e ter de regressar ao trilho que brota nas unhas dos seres materiais. As relíquias dos acontecimentos permanecem, pois, fixadas aos indivíduos e os transportam aos depois em fração de segundos. Isto que desliza entre pedras, esse líquido persistente de em tudo continuar inteiro, as dobras do Universo numa só criatura que somos nós e nas demais existências.

Noutras vezes, as lembranças do que sempre haveremos de ser durante a Eternidade, aqui, nas luzes de todo instante. Dias e dias que se sucedem através dos entes, pulsação do Infinito nas almas acesas às suas próprias atitudes e respostas ao desafio de viver. Nisto, em uma única direção a rasgar a cortina suave do espaço e seguir adiante através dos firmamentos.

Dessa urgência de compreender nascem os estágios diversos da evolução das espécies no que temos papel essencial, conquanto interpretamos o código aberto dos destinos dentro do senso comum, nós, os ledores de sorte dadivosa. Palavras que esvaem e permanecem com seu significado no painel das considerações pessoais. Esse limite de leitura determina suas condições de estar e permanecer, vadiar e desaparecer na linha do horizonte a cada passo, aos nossos pés.

Bem isto de sermos os autores e protagonistas dos dramas e comédias que perfazem a razão do quanto permanecerá à luz, transcorridos os desaparecimentos. Disso, convergirá o sentido original que conduz o mistério da evolução de que sejamos linha essencial e o final de um percurso inevitável.

(Ilustração: Combate entre o Carnaval e a Quaresma, de Pieter Bueguel, o Velho).


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