sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Razão de estar aqui

 

Mas uma pessoa precisa de experiências novas, permitindo-lhe evoluir. Há algo em seu interior que o inquieta. Sem que haja mudanças, algo fica adormecido dentro de nós e muito raramente volta a acordar. Aquele que dorme tem de acordar. David Lynch (Duna)

A sequência de tudo impõe suas evidências claras de que existe um objetivo preciso nisso com que nos deparamos todo tempo e em todo lugar. Quais numa rede em movimento diante da realidade, seres e fenômenos desenrolam, assim, esse embate de objetos e abstrações, sob os olhares interrogativos dos povos, quais atores eficientes de uma epopeia inesgotável, e que seguem todos rumo dos céus da imaginação.

Haverá um roteiro justo desse desenrolar das sucessivas histórias, às vezes narradas, doutras esquecidas. Obedientes aos papeis em ação, todos, enfim, tocam entre si as cenas gravadas pelas normas do Destino. São superproduções indescritíveis que atendem aos critérios de forças invisíveis, padrões perfeitos de coerência e planejamento, investimentos de fortunas incalculáveis, lançadas aos tempos, depois aterradas ao que passou.

As artes falam disso, de outros universos além do que perceptível aos conceitos humanos, porém nos quais tudo e todos ali se acham envolvidos, perenes, vilões e heróis das largas cenas antes gravadas, epopeias maravilhosas, dramas sem igual, de que, independente do querer dos elementos em jogo, hão de obedecer a todo custo de sacrifícios e vidas o que haveriam de cumprir.

Nisto, a pergunta fabulosa do que seja a causa essencial do quanto de viver e cumprir as determinações dessa eternidade incalculável sob seus olhos em constante criação através de pensamentos e emoções. Serem os que desempenham e presenciam no íntimo os passos inevitáveis desse procedimento, somos criaturas e criadores da própria evolução.

Cativos ao poder sem igual do quanto obedecer, no entanto senhores dos resultados transformar-se-ão os gestos e os sentimentos. Esse algo que fica adormecido dentro de nós, isso consistirá no momento sob que depositamos o sonho da transformação definitiva dos milagres da Criação, sendo que fomos o princípio e o fim das mesmas horas nas existências, nos sonhos de quando ainda dormíamos...

(Ilustração: Duna, filme de David Lynch).

Nenhum comentário:

Postar um comentário