Das certezas, em face do sonho constante de felicidade,
harmonia e paz, existirá o encontro. Estudos indicam a necessidade atual de
buscar, acima de tudo, o instante da realização do Ser. Isto resume todas as
filosofias de todo tempo. A sede inextinguível da perfeição. A ânsia contínua
de um propósito. O desejo da identificação definitiva conosco próprios. Haja o
que houve, seremos isto, o sentido desta concretização dos sonhos bons em nós
mesmos.
A vida não é uma roda perpétua de ilusões, mas um contato
constante com o concreto, tanto em suas formas materiais quanto espirituais,
Czeslaw Milosz.
O senso comum, no entanto, parece guardar de si o vínculo
eterno que o permite viver e transcender o limbo aparente deste vasto mundo. Quando,
porém, cresce a dor de existir sob a perspectiva de vencer este reino daqui do
Chão, nessa hora vem o prenúncio dos dias melhores, equilibrados quais a mãe
Natureza em volta. Sob o peso das imposições da matéria, o ser que o somos
investe, pois, na possibilidade do Infinito, que traz o mito do herói ao
nosso desempenho, invés do puro e simples prazer do imediato e do frívolo desaparecimento
fortuito.
No decorrer das tantas vidas, com isso os humanos percorrem o trilho da libertação dito pelos santos, sábios e místicos, motivo essencial que nos indica a que viemos e a coerência das histórias vividas aos olhos do Universo. O mínimo que seja de percepção já oferece meios de aceitar a existência e aperfeiçoar as suas escolhas que trazem respostas à interrogação. Bem assim, acalmar o instinto e dominar o segredo que transportamos desde sempre aonde quer que vá e quanto ame as condições e expectativas. Na sequência natural desse exercício da libertação, ao momento exato, virá o encontro consigo e com a infinitude que transportamos na alma sem ainda de todo identificar.
(Ilustração: O triunfo da morte, de Pieter Brueguel o Velho).
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