Isso desses universos de um a um, de pessoa a pessoa, de que ninguém, a não ser o próprio, dá de conta, quando possível da distância infinita entre duas criaturas, espaços em movimento no decorrer das vidas, astros da magnitude que são. Verdadeiras civilizações independentes moram no mistério desses detentores da presença que circulam nas ruas, se tocam, se veem, se olham e passam uns pelos outros quais seres desconhecidos até de si mesmos. Trocam palavras, gestos, sentimentos, farpas, mas entes individuais alcançáveis, talvez senhores dos instantes de amor. Quiséssemos saber mais, nem de nós ainda sabemos, contudo.
Vazios imensos à procura da luz na Consciência, tais almas
penadas que vagam soltas numa liberdade inexplorada, pouco utilizada no sentido
da certeza plena de conquistar os encantos que elas significam, às vezes só no
horizonte imaginam lá um tempo de percepção suficiente a desvendar todo
mistério que representam e ser sua essência.
Longos intervalos, percursos inimaginados, preenchem neles a
carga dos dias em transição. Deixam margem a roteiros nítidos de certezas,
enquanto, noutras ocasiões, apenas desistem de ver e adormecem à sombra do
passado, vítimas de saudades incontáveis, doídas, fervorosas. Muitos, milhares
deles, transitam pelos domínios da imaginação, que ocupa o território da mente
e fervilha à busca da compreensão.
Nisto, a vontade imensa de solucionar o drama das
existências e desvendar de tudo o enigma da felicidade tão sonhada. Deuses por
certo inconscientes da grandeza que carregam no âmago, fogem dos seus altares e
mergulham na escuridão dos instintos, fazem guerras, destroem semelhantes, amargam
o furor da dúvida que lhes ferve o coração, isto diante do eterno que os domina
todo passo.
Face a tanto, em carência de uma resposta consistente que
acalme de vez o fome da iluminação, os céus os abriga no gesto dos dias a
permanecer no tempo e permite que seja dessa maneira o roteiro das eras que
insistem continuar no andamento da tela dos destinos.
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