segunda-feira, 26 de julho de 2021

Razão e coração


Intelecto e sentimento, eis as duas parcelas do único todo que somos nós. Flutuamos, pois, entre os dois instrumentos dessa unidade que a transportamos no íntimo do ser. Trabalhamos nos dois pratos dessa balança à busca de equilibrar no fiel que nos domina; os dois hemisférios do que somos, alternativas às nossas mãos, durante todo tempo. Raciocinar e sonhar. E nesse movimento há o comando que se desmancha nas escolhas constantes de um eu que testemunha enquanto age, a mente, e o resultado é o existir.

Raciocínio vive nos limites da matéria, enquanto coração sobrevoa aos lugares distantes da fé, da imaginação e dos sentimentos. Bem nisso, nessa dicotomia, deslizamos quais equilibristas num fio. Por mais queiramos seguir doutro modo, a tais situações fomos estabelecidos desde sempre. Frutos dessas flutuações, viemos no intuito de praticar o senso da compreensão da árvore do Conhecimento entre eles dois. Um a um, independentes, no entanto restritos a este padrão de entendimento; assim tangemos o barco da existência feitos escravos e senhores de nós mesmos.

À medida de nossa evolução pelas vidas, identificaremos o jeito próprio de operar a condição humana, até galgar o nível superior na escala da evolução. A consequência disto representa o resultado da missão dos seres inteligentes. Autores da missão de participar da Natureza, que levemos em conta o aprimoramento da Consciência que nos foi depositada.

Herdeiros universais de tudo quanto significa a experiência de todos os reinos e elementos essenciais do processo Vida, tocamos adiante, o mecanismo dessa teia maravilhosa da Criação. Heróis em potencial de tudo, durante o infinito das eras, seres independentes entre si, elaboramos o roteiro, à medida em que aperfeiçoamos a compreensão, e exercitamos o poder de nossas mãos.

Ninguém, por si só, esteja abaixo ou acima dos demais. O que importa, na verdade, é cumprir fielmente aquilo a que estamos destinados, na busca da síntese do Universo através de toda Humanidade.

(Ilustração: 2001, Uma odisseia no espaço, de  Stanley Kubrick).

Nenhum comentário:

Postar um comentário