Dentre meus amigos de Crato de todo tempo, onde imperam personalidades que marcaram definitivamente meu acervo de memórias inesquecíveis, existem pessoas que fixaram residência em minha história, dos quais jamais pagarei o tanto de riquezas em mim depositadas. Vários, vários deles persistem na caixa da gratidão, das lembranças raras, doces, valiosas. Fosse narrar as ocasiões de alegria que me proporcionaram, de certeza um oceano de felicidade já posso haver conhecido e nas suas vagas navego feito galeão de reconhecimento e paz.
Célia Teles é desses amigos raros com quem desfrutei ditos
instantes jamais esquecidos, criatura de um amor à flor da pele, que viveu
comigo fase de incertezas e realizações, no âmbito das artes, desde o cinema, a
fotografia, pintura, desenho, exposições e aflições. Somos, pois, cúmplices de
tantos segredos sinceros que apenas disso posso contar em tão pouco espaço e desta
maneira.
Dentre nossas aventuras, fizemos juntos um filme inacabado, Terra ardente, do qual organizou a
equipe e intermediou a participação de Marli Pladema, atriz principal; foi a
curadora de minha primeira exposição de quadros pinturas e colagens no
Instituto Cultural do Cariri, quando este ainda funcionava na Praça Três de
Maio; em Crato. Passamos juntos os transes políticos de uma época da exceção, os
anos parte dos anos 70; desfrutamos de muitas noitadas psicodélicas no sopé da
Serra do Araripe; sonhamos os melhores sonhos da geração de que somos frutos; e
sempre acompanhou meus passos com respeito e carinho.
Celinha Teles, personalidade marcante da geração interiorana
do Cariri cearense, minha amiga incondicional, dotada de talento e liderança, força
de trabalho e inovação, de uma capacidade extrema de produzir, nas artes e naquilo
que resolva concretizar. Escolheu o mundo da moda por instrumento profissional,
deslocando para Recife seu ateliê, lugar onde ora vive e trabalha.
Ninguém que não seja Célia Teles, personagem feminina
emblemática, a fim de testemunhar a epopeia de todos nós, os visionários da
segunda metade do Século XX, tempo de conflagrações e desespero. Ela uma bênção
a todos, junto de quem sofreu contradições e furores.
Destarte, tomei a tento somar em pouco espaço o perfil desta
heroína do meu tempo no mora no meu mais íntimo coração.
Excelente depoimento,cadê Emerson. Certamente, ela é merecedora desta homenagem.
ResponderExcluirCelinha, irmã minha e irmã de todos, mais do que merece está homenagem... É maravilhosa. Deveria ser tombada como patrimônio da humanidade.. Viva Celinha do Cariri!!!
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