Nem sempre elas obedecem ao que a gente quer dizer. Tomam das nossas mãos e viajam por dentro das consciências ao vão da sorte que por si determinam. Quais senhoras dos tempos, elas movimentam pensamentos de jeito enviesado, alterando, por vezes, o sentido das intenções. Formulam conceitos doutras histórias nos lugares menos indicados e contornam os desejos do pensamento de quem disse. Feras dotadas desse instinto aguçado, chafurdam nas matas virgens dos sentimentos dum jeito de senhoras absolutas do que querem e não do que queremos. Animais dotados, pois, de razão própria, tocam discursos à maneira doutros princípios que não os nossos. Palavras a falar de métodos inexistentes ao nosso conhecimento.
Nalgumas situações, até que respeitam a contra-vontade dos
autores, porém longe do que de real existirá durante todo tempo. Vamos, nisso,
rasgando espaços de falas soltas feitos quem cava minério em terras estrangeiras.
Nunca se sabe o que elas pretendem na verdade que só elas conhecem.
Caprichosas, revertem o quadro das cores e das flores, e
impõem seus espinhos, suas mágoas, e dominam o sonho das inspirações. Vacilam,
claudicam, desaparecem a meio dos momentos sórdidos, bichos sonsos dos dramas
medievais. Contudo, ainda assim, nesse impulso das falas, persistem na visão de
renovar a face do Universo partindo do bem que a isso lhes compete, de donas efetiva
da floresta onde imperam livres, enquanto ficamos prisioneiros das surpresas
que podem nos acarretar.
Mais que nunca, os humanos precisam domar a força descomunal
das palavras que lhes chegam a todo instante. Crer nas possibilidades que eles trazem
de reverter pensamentos em ação e sentimentos em atitudes. Amar os valores
nobres que carregam consigo, desocupar o farnel das tradições e acalmar a fome
de realizar o melhor entre as pessoas. Fazer delas que a gente possa mudar em
alegria as dores deste mundo, alimento da esperança viva de novos céus que nos
aguardam logo ali na outra face do ente que nós somos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário