Bem isso, de querer resistir ao indomável, e permanecer no
vazio das atitudes perdidas. Pretender determinar o transcorrer dos
acontecimentos e haver de aceitar a fragilidade tal razão principal da humana condição.
Usufruir da liberdade apenas como imitação do que poderia ser caso houvesse
real consciência dos momentos assim vividos. Vagos instrumentos da perfeição,
no entanto apenas vítimas dos frutos que tiver plantado. Esses agora feitos de
vontade insuficiente de controlar o tempo que escorre pelos sentidos. Entes,
pois, largados ali nas calçadas do destino quais pequeninos insetos ao sabor
dos ventos e da sorte. Eus, muitos eus, de armas em punho, contudo sujeitos da
fragilidade e da justiça eterna. Astutos bonecos artificiais, detentores da
dúvida, morrentes criaturas da cachoeira das espécies. Pecados de almas
arrependidas, superam a própria insegurança por meio das práticas e dos altares
da existência. São eles, os eus, a soma de um eu maior de todos, a circular num
caleidoscópio infindável de eras e películas, meros detentores do percurso vida
agora e sempre.
Do lado de lá, o império da Lei do Cosmos. Sem tirar, nem
botar, uma só vírgula, somos aprendizes de nós mesmos, na caligrafia da pele e
do triturar dos ossos. Alvoreceres brilhantes seguidos de intensas epopeias de
sonhos, após o que adormecem nos ombros das noites quase iguais. Luzes que se
apagam, mais dia, menos dia. Artefatos de vozes e deveres, são cegos em busca
do Sol. Máquinas do desespero, fomentam o desencanto nos demais, todavia
iludidos nos prazeres da ilusão. A realidade, outrossim, insiste dizer a que
objetivo, que a segredar na resistência dos justos.
Nem de longe haverá, então, desânimo perante o desencanto
desses alienígenas que tangem aqui suas necessidades de perfeição. Porquanto,
vez que tudo persiste na intenção da exatidão matemática do Universo, sustentar
esse desejo de acertar fica por conta dos dias, sob o prisma do Eterno, e
pronto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário