quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Nas fronteiras do Infinito

Bem ali aonde ir ou chegar pouca ou nenhuma diferença faz. No íntimo dessas visões de mistério, de quando o silêncio grita e os sons desaparecem como que por encanto por dentro das montanhas mais afastadas. Durante as horas mortas no chão da noite, sombras sobre sombras, e os bichos arrastam passos feitos quem quer se esconder da própria carne que carregam quais almas penadas diante do que lhes resta face a face do desconhecido. 

Assim tais fenômenos inexplicáveis dessa luz baça da escuridão, os humanos desfazem rastros nas florestas do presente que esvai, lesmas a deixar listras surdas nos paredões desta vida, admiráveis entes de visão ainda insuficiente, a percorrer o mundo sem a leveza da sabedoria. Trilham os campos da própria glória neste chão de lágrimas e parecem contentes com o que encontram nas marcas do destino. Vagos, vacilantes, embriagados e pródigos, destroem a substância preciosa do tempo a bater nos céus as mãos imprudentes, apressadas, rudes.

Olhar as oito direções e nada enxergar além do horizonte curvo das horas impacientes pulsando nas veias ao ritmo da inevitabilidade. Querer discordar das possíveis respostas, no entanto, a dizer pouco do que precisa saber. Atirar às frestas das compreensões filosóficas o desejo de acalmar o fugidio, porém afogar nas mágoas do desespero, razão do quanto percorrer na ânsia dos abismos, roteiro impecável das circunstâncias em volta. Pedir, implorar, justificar, contudo submissos a leis que desconhecem.

Pássaros de asas rotas de tanto voar em círculo, decidem abraçar os troncos calcinados das árvores tortas e somem nas gretas do escuro, a sacudir aos noutros seres as respostas que precisam, prisioneiros da ausência de luz na consciência. Nisso, as caravanas deslizam sorrateiras a recomeço doutras vidas, pedaços em fragmento nas horas que ninguém sabe pronde foram. 

Essas bólides que percorrem o espaço, dotadas de gente dentro delas, são aquilo que denominamos fronteiras do Infinito e seguem firmes a insistir nos sonhos de libertação que sempre carregaram consigo durante todo tempo de solidão.

Um comentário:

  1. Bem ali nas fronteiras do infinito...” que beleza de texto! Nas horas mortas, aquelas horas que as atividades laborativas são finitas, é o melhor momento para olhar dentro de nós e lá nos encontramos. Também nos descobrimos e vemos quanta coisa boa temos feito e por fazer. Então não temos motivos para tristezas, tantas coisas boas nos ocorreram e ocorrem, tantos sonhos ainda por realizar. Então só temos a agradecer a Deus por tudo que recebemos. Se no percurso da caminhada algo não saiu como esperávamos, não levemos a vida tão a sério, busquemos a superação e toquemos em frente. Deus existe e às vezes até supera as nossas expectativas. Belo texto! Parabéns! Bom dia. Um carinhoso abraço amigo Emerson Monteiro.

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