Isso dito em um tempo do calendário quando pedem tanto educação nos discursos, que parece até dizer o óbvio, e as justificativas dos gastos públicos indicam criação das escolas, expansão das especializações, abrangência dos programas de governo. Que as nações mais avançadas têm as melhores universidades, que reúnem gênios que alimentam o mundo de cérebros de proporções inigualáveis no decorrer da história. Que nunca chegaram a tanto em termos de progresso científico, na construção das indústrias. Que beira as raias da exatidão o nível de sapiência, de títulos e significados daquilo em que sempre sonharam os filósofos do conhecimento.
No entanto, a cara desse universo está nas tetas dos jornais e televisões; jamais tamanho arbítrio registraram os acontecimentos; extrema discórdia e competição nos mercados; poluição e desequilíbrio. Que progresso é esse de que cantam maravilhas, refutam de evolução e indicam de exemplo?!
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Sim, que vale a pena ensinar normas de bom caráter ninguém questiona. Porém como fazê-lo com eficiência. Uma amiga professora falou que se daria na ocasião da primeira infância, nos lares, na educação doméstica. À medida dos pais, os filhos aprenderiam pelo que presenciam na prática, na demonstração da família, nas atitudes que presenciam; e guardam consigo ao resto da vida. Assim, desde os começos do crescimento, nesta vida, as crianças adquirem o caráter, amoldam o espírito ao que é certo, ideal.
Já no ponto de vista das religiões, existem considerações a respeito de que o espírito grava na consciência a evolução de outras vidas, segundo ensina budistas, judeus, espíritas, aqueles que admitem vidas sucessivas, ou reencarnações, que pensam de tal maneira. Há filósofos clássicos, quais Rousseau, que consideram os homens nascerem bons e a sociedade os corromper.
Contudo persiste, ainda, uma nítida diferença entre educação só formalista, intelectual, e a formação do caráter propriamente dito, esta doutra gradação, de ordem ética, além dos interesses só materiais.
(Ilustração: Homens lendo, de Francisco de Goya).
Nem sempre sempre as universidades mais conceituadas, ou pessoas dotadas de grandes posses são também as que adquirem o melhor caráter. Muitas vemos simples, sem posses, mas que tem valores que muitos de poder aquisitivo mais elevado não possuírem. Sempre. Achei que ao escolher a escola de um filho escolha aquela que forma o cidadão, independente da midia. Boa abordagem. Um abraço ao amigo Emerson Monteiro.
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