Nem sempre podemos ignorar, pois existe a hora de saber, quando todo mistério se desfaz. Sobre essa hora queremos falar, apoiados na indispensável atenção do leitor.
Tanto disseram sobre tantas coisas, enquanto o essencial permanecia posto à margem, que isso agora vem a lume, parido na força visceral da precisão, no chamado enigma humano, centro e motivo deste ligeiro comentário.
De início, abordemos o cérebro, que se compõe de uma figuração dupla, montado sob a estrutura dos dois hemisférios, que, articulados entre si, geram a sua função principal: o esquerdo e o direito, no dois da mesma concepção nas outras coisas naturais.
Chineses conheciam esses aspectos e os estudavam sob a designação de Princípio Único do Universo, ou Lei da Bipolaridade. Tudo tem que ter o seu contrário para poder existir - Yin/Yang.
No Egito Antigo, o sábio Hermes Trismegisto examinara o assunto, considerando que um mesmo princípio perpassa todas as coisas que existem.
Assim, obedecemos, mesmo que diante de aparentes desobediências, por nos achar submetidos à Lei universal.
Outros exemplos revelam as tais dicotomias complementares: mulher/homem; noite/dia; Lua/Sol; escuro/claro; doce/salgado; baixo/alto; negativo/positivo; frio/quente. Pares de equivalências se distribuem com perfeição, lições constantes dos valores eternos que os mantêm.
Onde pisarmos, cumpriremos as ordens eternas do Supremo Ser, criador do equilíbrio de tudo o que há.
Tais evidências persistem na energia elétrica, que apresenta os dois pólos: terra e fase, ou fogo. Terceira alternativa inexiste além da harmonia dessas lateralidades, totalizando a força. Quaisquer disfunções redundariam no desmantelamento e posterior inércia dos sistemas. Ao ocorrer desequilíbrio nos extremos, o barco da ordem irá a pique.
Quando falamos que o cérebro se estabelece nesses dois inter-complementos, vale observar também que são partes à procura do todo, conclusão dos estudiosos da alma nas várias escolas, isso que assegurar saúde mental por via de negociações conosco mesmos, na maior de paz interna e obtenção da almejada felicidade.
Vertentes religiosas, igualmente, indicam o nosso outro lado como a trilha do encontro rumo à evolução, plano elaborado pelos milênios afora, no processo denominado de Individuação pelo psicanalista suíço Carl Gustav Jung.
Jesus de Nazaré marcou a história sob o signo de Cristo (o Ungido de Deus), o Eu verdadeiro que nos ensina; Sidarta Gautama, por sua vez, ficou conhecido como Buda, o Iluminado da Ásia. Na Canção Sublime, dos vedas, Arjuna ouviu Krishna, a Suprema Personalidade Divina, que o conduziria à vitória maior sobre os exércitos da Ilusão. Já Saulo de Tarso mudou até de nome (Paulo) após encontrar o Cristo em pleno caminho de Damasco. Isto para citar alguns dos fenômenos mais notáveis de transformações que marcariam a História.
- Descobrirás a Verdade e ela vos libertará -, recomendava Jesus, nas suas pregações ao povo ainda voltado quase só aos atos da vida transitória.
Além destas, outras afirmações suas se voltam a esse esclarecimento: Se teu olho é bom, todo o teu corpo é bom. Se teu olho é mau, todo o teu corpo é mau, disse de acordo com os evangelistas.
O espaço das palavras, ao seu modo, reclama a economia de detalhes. Hora de saber, título escolhido a fim de escrever sem qualquer subterfúgio. Portanto, eis o que achamos devesse constar recordando a assertiva dos sábios de que Deus é a simplicidade das coisas mais simples.
Por via de consequência, ao buscar novas perspectivas da realização pessoal, avaliemos o assunto dos lados da mesma moeda, então.
Prezado Emerson, como sempre discorrendo bem sobre os assuntos que se propõe escrever. Um bom escritor se reconhece na facilidade com que se faz entender ao expressar nas palavras a compreensão daquilo conhece.
ResponderExcluirabraço.