sábado, 30 de julho de 2016

A um amigo

E depois de tudo ainda ser feliz diante das impiedades de nós seres humanos em evolução. Nesse exato meridiano entre a dor e o sacrifício ali vem o amigo. Ilha na tempestade mais cruel, repousa sobre a sempiterna elevação de todas as cordilheiras, braços abertos e coração leve, olhos aflitos nas nossas aflições, ameno desejo de paz face aos gestos desesperados, pouso das mais largas perfeições, brisa das puras manhãs de primavera e luz das radiosas alvoradas.


Que fortuna a existência do amigo verdadeiro, sem subterfúgio, corajoso e santo... Bálsamo de todas as crises, vistas de toda a escuridão, está a postos face a eternidade, braços e mãos disponíveis a mitigar sede e fome de sinceridade e apreço. Longe das agruras das fraquezas que corrompem, estendem aos nossos percalços a possibilidade do novo renascer.

Quão divinas virtudes os amigos incondicionais têm a oferecer, peças chave da infinita maravilha da natureza prodigiosa e sã, bênçãos dos alentos e da esperança, tecidos resistentes da realidade sagrada, dos alimentos sadios e das alegrias da fé restauradora.

Amigos, sonhos da felicidade em crescimento, sementes das sinfonias imortais e dos melhores contos, instrumentos da sublime criação na forma da imagem de Deus à sua semelhança, destarte eles, os amigos, suprem as carências de todos os desesperos e equilibram toda injustiça, ao sabor inigualável dos frutos de galáxias e paraísos inimagináveis.

Digo com gosto aos meus filhos que os dedos de uma só mão já sobram a contar o tanto de amigos verdadeiros que uma única vida bem pode nos oferecer, porquanto ter amigos faz nascer da conquista que realizemos, das flores que plantemos e do amigo que a eles um dia fomos até cativá-los definitivamente à única certeza de amor.

A amizade é uma longa estrada de dois sentidos. A cada conquista da amizade genuína acede uma estrela nos céus dos nossos corações, algo de perene, inviolável, superior.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário