Enquanto sobre a serra voaram as primeiras andorinhas nas brincadeiras festivas de princípio de estio, ele andaria passo antepasso por meio das árvores do pomar. São mais diversas as qualidades: pinhas, maçãs, mangas, cajus, tangerinas, laranjas, bananas, seriguelas; de olhos bem abertos, contempla o céu azul na silhueta da folhagem, vendo percorrer apressadas as nuvens do firmamento, afeitas à jornada constante do movimento das folhas no intenso calor do verão prematuro.
Houvesse testemunhas, e havia, logo notariam, notaram, a sua presença de peregrino pelos olhos no futuro dadivoso das frutas, quase querendo antecipar o depois diante da imensidão sem fim do tempo eterno. Algumas delas, das meras testemunhas, na maioria de acusações incriminadoras, apontavam dedos remelentos na direção donde vinha o vulto. Algo que significaria mera condenação prévia e execução sumária, que inundava o ar da manhã, contudo ausente de realidade pura, vista a velocidade com que exibiam os juízos alienados.
E ele andou alguns momentos, até quando teve coragem de estirar os braços aonde os dedos pudessem adquirir os primeiros exemplares das belas frutas, porém quiçá ainda verdes; já maiores, no entanto verdes, longe do sabor típico da estação. Experimentou calcar dentes na pele dadivosa de uma manga, ou de uma maçã, o que deixaria de lado na intenção doutras mais. Estas próximas, entretanto, puxadas a maduro, a saborosas, vicejantes vivas em mãos ansiosas de novidades.
Só ali, então, sentiu de verdade a certeza do futuro maior de cada ser envolvido, das mangas doces que lhe esperaram todo o ano em ardente frutificação. Dentes ansiosos penetram com força os tecidos amarelo fogo da nova visão.
Alguns dos circunstantes, testemunhas e seus compromissos de justiça alvoroçada, logo quiseram impedir, recriminar, julgar em rápida velocidade, o ato do visitante do pomar. No que foram de pronto contidas sob a autoridade do feitor:
- É Jesus quem quer. Quem quer é Jesus - soaram leves as palavras do guardião do lugar. – O que Ele quer torna em ato contínuo.
Esta Flôr é tudo de bom! O contraste de fundo escuro valoriza a beleza singela, simples e bela, igual a que fotografa ou coleciona. É a minha preferida! A vontade que tenho é de acaricia-la e sentir a testura, o cheiro...
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