Enquanto isso, a grande literatura, outro nome dos clássicos conhecidos da arte literária, recorre às particulares confissões dos escritores distantes, e escutam os argumentos que eles desenvolvem. Atentos aos segredos das províncias, os tais mestres da escrita tradicional reúnem elementos com que formam o edifício das obras conhecidas.
Temas vastos da carne viva de quem sofre e passa às letras, daí brotam o sumo que irá alimentar a história da raça humana todo tempo, a preencher o vazio da cultura com a verdade dos primeiros testemunhos.
São os compêndios vindos lá da província que fomentam, portanto, a grande literatura, produtos originários das histórias anônimas escritas nos mesmos lugares em que aconteceram, fonte remota dos acontecimentos literários. Pessoas que proponham descrever os mínimos detalhes dos cômodos secretos das famílias sacudidas pelos infaustos, em tempestades grandiosas de emoções e lágrimas, constroem a consciência que logo invadirá livrarias deste mundo.
Este livro de André Barreto nos chega às mãos nesta fala dos que sofreram na própria pele os sulcos que marcaram a alma de sua gente, familiares, amigos, conhecidos, no rincão cearense de Crato. Eles que acompanharam ao lado o curto e fértil caminho percorrido por Tiago Esmeraldo, jovem lúcido que geraria os motivos suficientes a tamanha comoção transformada em depoimentos dos que sentiram a dor e a força que este trabalho aqui transcreve.
Detentor de uma história meteórica, Tiago Barreto Esmeraldo nasceu em 1972 e faleceu em 2012, estudioso e trabalhador, graduado em Psicologia, Mestre em Filosofia e professor da Universidade Regional do Cariri, onde obteria, em pouco tempo, resultados acadêmicos valiosos. Face à exiguidade que lhe coube viver, realizou sucesso de poucos. Cativaria alunos e deixaria sementes de objetividade e sonhos elevados.
No auge da enfermidade que levaria o irmão ao desconhecido, André se debruçou sobre o mistério recôndito dos sentimentos no seio da família e quis registrar, com toda voltagem, o conforto que lhes proporcionou a religiosidade, disso ocasionando as palavras que ora apresenta em formato de livro.
De linguagem fluente, transcreve cada instante da experiência de saudade em que se viu envolvido, fixando prismas que viriam ser o presente trabalho ilustrado com fotografias que o enriquecem, síntese que lega ao público.
Cinco dias para o Amor vem, pois, somar à produção literária da região do Cariri cearense, de si rica dos valores artísticos e culturais, depoimento de fé cristã que confortará aos quantos busquem nele verdades superiores, demonstração do tanto de esperança que consolou a todos nos transes críticos vencidos. A caminhada terrena de Tiago Esmeraldo encontra, destarte, na visão criativa de André Barreto, intérprete à altura do mérito espiritual que testificou no afeto que bem legou ao coração da nossa Humanidade.
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