sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O poder da palavra escrita


Uma palavra pode mudar vidas, abrir caminhos, gerar oportunidades inesgotáveis. A palavra escrita, derivação mais recente da palavra, corresponde à maior das revoluções de toda a Humanidade.

Nos inícios do uso da palavra, houve a suposição de que servia sua utilização aos grupamentos das pessoas nos rituais coletivos, religiosos, por exemplo; nos cânticos, nas representações teatrais, nos comandos das batalhas, nos pregões dos mercados, julgamentos, etc. Lá depois, com a escrita, surgiu a prática da leitura silenciosa nas celas dos mosteiros, nas escolas, nos templos. 

Há pouco, li no livro Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados, publicado pela Editora Mundo Cristão – São Paulo, autoria de Philip Yancey, algo a respeito de uma cena do filme Hábito negro (Black robe), onde um missionário jesuíta procura convencer cacique huroniano a deixar alfabetizar sua tribo. Relutava o chefe selvagem, no entanto, pois negava quaisquer benefícios em rabiscar papéis, atrasando o trabalho dos guerreiros. Nisso, o jesuíta resolve submetê-lo a uma experiência, e pede: 

- Conte-me algo que ainda não sei.

Depois de pensar alguns instantes, o cacique respondeu: - A mãe de minha mulher morreu no inverno passado.

Nessa hora, o jesuíta pega de um papel e nele escreve algumas palavras. Em seguida se dirige a outro missionário, fora do recinto em que conversavam, e lhe passa o papel. O novo personagem lê o que continha, olha para o cacique e interroga:

- Sua sogra morreu numa nevasca?

Segundo as textuais palavras do autor do livro citado: O cacique dá um salto para trás, alarmado. Ele foi pego de surpresa pelo poder mágico da escrita, que permite que o conhecimento dê saltos no espaço e viaje silenciosamente por meio dos símbolos.

Longe ainda estamos de avaliar com a profundidade suficiente o poder que a palavra escrita possui no intuito de elaborar novas consciências e abrir as perspectivas da Civilização. Contudo, o tempo segue infinito neste ensejo de que necessitam os seres humanos até realizar em cheio a descoberta libertadora do saber transformador e surpreendente.         

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