Isto depois de 26 anos
que lá estivera, quando a evidência maior correspondia só ao belo casario
colonial, uma beleza de lugar digna da apreciação dos que gostam de conhecer as
paisagens urbanas da história. Porém desta vez outra cidade se me apresentava
quase esquecida do ritmo lerdo de antanho. Metrópole tropical de proporções
gigantescas integra o lugar à vastidão litorânea, edificando com prédios
imensos, caros, e avenidas aos poucos rasgando o primitivo das condições
originais.
As tais avenidas
abertas pelo progresso verificado nesta hora, isso para incorporar a nova São
Luís aos espaços da ilha de antigamente, dos tempos portugueses e franceses,
ainda mostram insuficiência a atender o boom
imobiliário automobilístico deste período incerto da civilização industrial.
Carros que não acabam já mais dominam as pistas e jardins, e determinam
lentidão cataléptica ao movimento das pessoas no tabuleiro gigantesco daquelas planícies
de beira mar.
Diante da agenda a
cumprir, só pude visitar o centro histórico no período da noite, avistando inteiro
e conservado o rico patrimônio arquitetônico considerado primeiro dentre as
heranças do período colonial. Belo traçado de becos e vielas, bem conservados,
vários adquiridos por ricos estrangeiros, preenchidos de órgãos oficiais de
cultura e turismo, marcas imorredouras da presença europeia naquele Brasil dos
inícios.
Em meio à febre da
propaganda eleitoral desta fase, de paredes e muros empanados de cartazes das
variadas gentes candidatas, ainda circulei em um por de sol aberto pelas
praias, parando no Trapiche e fotografando a maravilha luminosa da tarde ao som
esfumaçado de grupo de reggae, toque
jamaicano às cores daquele chão amorenado.
A intensidade, pois,
da São Luís impressiona sobremodo, devido aos poderes com que ações financeiras
do mundo capitalista querem reviver, no presente, passos empreendidos nas épocas
do Novo Mundo, e fugia ao continente americano qual quem busca as portas do Paraíso.
E a natureza maranhense, preservada no correr dos séculos abre outra vez suas carnes
a esses exploradores.
Através do Porto Itaqui,
de São Luís, saem 30% do ferro consumido no resto do Planeta, procedentes das
minas do Estado do Pará, seu vizinho. Ao longo da costa, lá estavam fundeados vários
navios de largo calado, à espera de atracar e receber o minério transportado
pela Ferrovia dos Carajás.
Nisso tudo, algo de
monumental transpira dessas visões de São Luís, o meio norte que prepara sonhos
do Brasil do futuro.
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