segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mestre Vicente Marques


Iniciada no governo municipal de Raimundo Bezerra e concluída no de Moacir Siqueira, a reforma da praça Francisco Sá, em Crato, evidenciou a beleza daquele que muitos consideram o nosso logradouro mais pitoresco.

Também conhecida por praça da Estação, pois nela chegavam as composições da linha férrea, guarda em seu centro a Coluna da Hora, encimada pelo Cristo Redentor, de braços abertos para o Nascente, nas dimensões proporcionais às da estátua do Corcovado, no Rio de Janeiro.

A edificação desse monumento de intenso bom gosto se deveu ao prefeito Alexandre Arraes de Alencar, em 1938, sob a orientação do arquiteto-escultor Agostinho Balmes Odisio, mestre italiano responsável pelo trabalho, segundo consta numa das faces do pedestal.

No entanto, vale aqui destacar observação que ouvi de Raimundo Nonato Marques, no decorrer dos dias da Exposição cratense deste ano de 1999. Afirmou ele que, nos créditos dados ao escultor da imagem do Cristo, existe a omissão de um nome que jamais deveria estar ausente. Trata-se de Vicente Marques da Silva, imaginário nascido em 06 de janeiro de 1908, na cidade de Juazeiro do Norte, e que viveu em Crato por longo tempo, um dos irmãos de Raimundo Marques, Mundinho, autor da Samaritana, uma das fontes da praça, inaugurada em 21 de junho de 1952, e goleador emérito do futebol de antanho, falecido vítima de acidente de automóvel numa das ruas centrais da cidade. 

Segundo Nonato Marques, artista plástico que nasceu em Crato, no ano de 1945, e ora vive em Salvador, nono filho dentre os 22 de Vicente Marques, seu pai começou a trabalhar na arte da marmorearia aos nove anos, tendo logo cedo se destacado como aprendiz do prof. Agostinho Odisio, este que contratara, através de sua firma, a obra da estátua do Cristo Redentor, transferindo ao aluno a responsabilidade exclusiva pela sua execução primorosa.

Na produção desse trabalho foram, primeiro, feitas as várias peças, 18 pedaços, no total, em barro cerâmico para, em seguida, confeccionar as formas de gesso nas quais se fez a fundição de cimento e depois a montagem definitiva, no ponto em que hoje se instala. 

Muitos cratenses recordam de Vicente Marques e seus familiares, que na década de 50 migraram para Manaus, deixando nesta terra a oficina de marmorito onde trabalhavam, à Rua José Carvalho, por trás da Sé Catedral. Foi na capital do Amazonas, em 17 de junho de 1994, o seu falecimento. 

Ficam aqui, portanto, as informações consignadas, no intuito de propiciar, depois de muitos anos, justos reparos na memória dos que vêm auxiliando o crescimento desta cidade, onde há lugar para as pessoas de boa vontade, segundo consta da mesma coluna da Praça do Cristo Rei (a Francisco Sá), em Crato.                      

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