Iniciada no governo
municipal de Raimundo Bezerra e concluída no de Moacir Siqueira, a reforma da
praça Francisco Sá, em Crato, evidenciou a beleza daquele que muitos consideram
o nosso logradouro mais pitoresco.
Também conhecida por
praça da Estação, pois nela chegavam as composições da linha férrea, guarda em
seu centro a Coluna da Hora, encimada pelo Cristo Redentor, de braços abertos
para o Nascente, nas dimensões proporcionais às da estátua do Corcovado, no Rio
de Janeiro.
A edificação desse
monumento de intenso bom gosto se deveu ao prefeito Alexandre Arraes de
Alencar, em 1938, sob a orientação do arquiteto-escultor Agostinho Balmes
Odisio, mestre italiano responsável pelo trabalho, segundo consta numa das faces
do pedestal.
No entanto, vale aqui
destacar observação que ouvi de Raimundo Nonato Marques, no decorrer dos dias
da Exposição cratense deste ano de 1999. Afirmou ele que, nos créditos dados ao
escultor da imagem do Cristo, existe a omissão de um nome que jamais deveria
estar ausente. Trata-se de Vicente Marques da Silva, imaginário nascido em 06
de janeiro de 1908, na cidade de Juazeiro do Norte, e que viveu em Crato por
longo tempo, um dos irmãos de Raimundo Marques, Mundinho, autor da Samaritana,
uma das fontes da praça, inaugurada em 21 de junho de 1952, e goleador emérito
do futebol de antanho, falecido vítima de acidente de automóvel numa das ruas
centrais da cidade.
Segundo Nonato
Marques, artista plástico que nasceu em Crato, no ano de 1945, e ora vive em
Salvador, nono filho dentre os 22 de Vicente Marques, seu pai começou a
trabalhar na arte da marmorearia aos nove anos, tendo logo cedo se destacado
como aprendiz do prof. Agostinho Odisio, este que contratara, através de sua
firma, a obra da estátua do Cristo Redentor, transferindo ao aluno a
responsabilidade exclusiva pela sua execução primorosa.
Na produção desse
trabalho foram, primeiro, feitas as várias peças, 18 pedaços, no total, em
barro cerâmico para, em seguida, confeccionar as formas de gesso nas quais se
fez a fundição de cimento e depois a montagem definitiva, no ponto em que hoje
se instala.
Muitos cratenses
recordam de Vicente Marques e seus familiares, que na década de 50 migraram
para Manaus, deixando nesta terra a oficina de marmorito onde trabalhavam, à Rua
José Carvalho, por trás da Sé Catedral. Foi na capital do Amazonas, em 17 de
junho de 1994, o seu falecimento.
Ficam aqui, portanto,
as informações consignadas, no intuito de propiciar, depois de muitos anos,
justos reparos na memória dos que vêm auxiliando o crescimento desta cidade,
onde há lugar para as pessoas de boa vontade, segundo consta da mesma coluna da
Praça do Cristo Rei (a Francisco Sá), em Crato.
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