sábado, 7 de outubro de 2023

Padrões de compreensão


As produções artísticas vivem disso, das diferentes formas e dos diferentes autores. Muitos, a dizer infinitos, que mergulham nas águas ainda turvas da imaginação, a trazer aqui fora seus multiformes testemunhos do que se passa no seio das consciências. Eles, os artistas, que resistem até o limite da inspiração e artefazem o senso de contar o que lhes acontece lá dentro da criatura. Contam. Desenham. Escrevem. Pintam. Compõem. Executam. Encenam. Filmam. Esculpem. Vidas e vidas a isso destinadas em monumentos mil espalhados pelo chão.

Enquanto há tantos e diferentes seres, o Infinito da beleza grita na presença de todos uma herança de gerações sucessivas. Isso na busca avassaladora de identificar o que signifiquemos diante das interrogações imensas dos nossos sentimentos.

Nalgum conceito, essa aventura do conhecimento vem preencher todas as civilizações que sumiram no decorrer dos séculos, onde executaram seus estranhos desejos de viver e achar a resposta do que estamos a fazer no transcorrer do Tempo inesgotável. São marcas deixadas nas paredes do Eterno, quais frutos do gesto de existir e querer permanecer dalgum jeito nas páginas do Depois. E quando os meios de preservação desses registros ganham força de perpetuação, tal vemos hoje nesses tempos digitais, a possibilidade dessa leitura ganha maior força e poder de síntese.

Quase uma deslinguagem, eis a que vivemos agora. Algo assim a bem dizer de uma comunicação além dos suportes só materiais. Qual o que espécie de espiritualização da história até então vivida, dispomos de patrimônio inigualável dos valores criativos de todo tempo às nossas mãos. Milhões, Bilhões de livros, composições musicais, galerias, produções, multiplicadas muitas vezes e propagandas aos borbotões, invadem as mentes e reconstituem as vivências, numa probabilidade jamais imaginada. Isto tudo graças ao avanço dos meios científico-tecnológicos, aumentando, desse modo, as chances de aprimoramento das consciências e o exercício dos valores construtivos no seio da espécie de que somos sua parte integrante.

(Ilustração: Cristo crucificado, de Diego Velázquez).

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