E nisso se chegar até aqui. Tocar em frente a barreira do som. Substituir na dúvida a inevitabilidade dos acontecimentos. Daí nascerem palavras e delas pensamentos; em seguida, quem sabe?, os sentimentos. Conjecturas às margens desse rio inolvidável dos destinos... Sonhar... Cantar... Respirar... Enquanto as mesmas aves sobrevoam o Infinito e dormem ao sabor das madrugadas intensas. Bem isso, fagulhas que percorrem lastros enormes de perquirições, contudo já agora prenhes dos novos momentos que lhes surgem num abrir e fechar de olhos.
Saber-se além das eras e nelas existir. Saturar as normas
dos percalços e andar sobre trilhas e despenhadeiros quais secundários
detentores das outras condições que ficaram ao longo das estradas do sem fim.
Página a página, construir arcas sucessivas de outras histórias. Senhores, portanto,
da imensidão depositada nos mesmos corações de antigamente. Esses pergaminhos do
inextinguível daqui buscam sempre o que possam encontrar pelas sombras dos tais
hemisférios.
Fossem, pois, argumentar diante do Eterno e, na certa,
definiram continuar vidas a fora no barco dos contentes. Olhares postos nas
curvas da servidão, conteriam no íntimo essa vontade insana de prosseguir aos
picadeiros da fama. Eles, nós, quem fosse, avistariam, decerto, razões inúmeras
de só observar insistentes o horizonte em forma de luzes inimagináveis. Prudentes
autores dos romances inesquecíveis, voltar-se-iam à esperança, todavia ainda
que perante as dúvidas e os impactos do chão.
Astronautas do inexistente, percorrem sabores incautos,
mesmo assim. Deslizam a meio do firmamento cientes do quanto lhes aguarda logo
ali, porém astutos, miraculosos, cobertos dos velhos lençóis de noite as mais
escuras que sejam. Às vezes, algozes; noutras, santos, fieis, relíquias de
litanias puras. Bem isto, frutos da necessidade constante de revelar tais
princípios da imortalidade, contêm na própria essência o instrumento de todos
valores que os trarão de volta depois de cruzarem mares e mares sem conta. Cientes
disto, apenas exercitam a consciência, no meio dos desafios que os levam, à
espera dos céus.
