Enquanto isso, nós aqui, meros aprendizes, prisioneiros entre o passado e o futuro, aventureiros da sorte. Sorrateiros, perfilamos fibras a sacar ao sol dos dias, senhores dalguma ilusão ou cativos de longas noites de sombra. Sicários, duendes, estranhos de florestas adormecidas, singramos mares imensos às frentes de manhãs desconhecidas, parceiros doutras histórias, tótens das tantas religiões.
O alimento desses sonhos bem significa, pois, o barulho mais intenso nas ruas agora preenchidas de máquinas por demais reluzentes, trepidantes, instintos à busca dos céus; lontras, capivaras, trogloditas, pterossauros embriagados pelas calçadas estreitas. São elas, as cercas que delimitavam o Infinito aos nossos olhos; as cores, formas, o vento forte das horas em movimento...
Conquanto pacientes de outras civilizações desaparecidas, cabisbaixos seres, tocam adiante multidões, gerações inteiras que desparecem no cruzar das serras, caravanas, quiçá instrumentos das eras que tão só deixam marcas e alimentam a imaginação dos quantos vierem. Juntos, no entanto, formulam novas construções a desmoronar no tempo impávido. Nisto, vivem, contam, cantam, dançam, formam nuvens esparsas a transcorrer os mesmos céus lá de antigamente.
Passados que foram os primeiros deslumbramentos, baixam a cabeça e viajam numa saudade atroz de si próprios que foram antes, eles que nem viver assim puderam, envoltos que se viram nas velhas paixões do inesperado. Porém existe algo talvez suficiente que lhes aguarda no silêncio da infinitude, porquanto sinais percorrem de desejo o desfazer das contrições.
Destarte, a braços com a sede de justiça, um tropel descomunal de consequências apenas transita o espaço e encobre de poeira o céu das distâncias. Soubessem de tudo, decerto contariam, quem sabe?! Tão próximos de revelar o mistério, sustentam a farsa de conhecer e transportar as teias do Destino nas suas mesmas mãos. Ofuscados pela própria consciência, admiram as pedras que nutrem sua visão e oferecem sacrifícios irreverentes nos circos e nas telas acesas.
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