Há animais solitários. Outros carecem de ter a quem seguir, ou ser seguido, quando muito. Essa fome deslavada de cumprir pungente determinação, que vem de dentro, houveram de chamar de instinto, impulso inato avassalador que determina. No entanto, nos humanos persistem os dois fatores; nalguns, puro e simples, o instinto de continuar em grupo a todo custo. Noutros, a ânsia premente de sair sozinho pelas horas vazias à busca de si mesmos ou das razões ausentes, ainda sem a devida compreensão de quase nada. Seres humanos. Animais solitários, ou componentes das manadas deixadas no furor das circunstâncias, iguais ao inexistente, dalgum modo. Disto nascem os preâmbulos das tantas histórias que deixam no lastro de pegadas fantasiosas nessas terras do sem fim.
Senhores, pois, do firmamento, vultos sombrios dos jogos da
memória individual, transcrevem os contos e as lendas feitos senhores do desaparecido,
filhos diletos de um paraíso perdido nos sóis. Dia desses, quando menos esperar,
revelam criaturas até então ausentes do quanto ficara registrado no teto da
imensidão. São pulsações jamais consideradas em outras gerações, contudo
escrita necessária aos eventos guardados no íntimo de largas experiências, quem
sabe na alma de toda criatura?! Restos de aventuras prodigiosas vividas por nós
ou, quiçá, inolvidáveis sobras do prato dos destinos?!
Nisto, o desejo de contar que todos têm, gregos e troianos, do
traçado imaginário e das necessidades humanas que enchem de fervor o pulsar dos
corações. Bem que seja assim desde o começo. Nem da vontade o instinto de narrar
essa epopeia divina contém o que nela habitam esses tais passageiros das visões
e escritos. Em qualquer das estações, a torto e a direito, lá conduzem seus impulsos,
no puro contexto de consolidar essa função original de estar aqui mesmo longe
das realidades e ficções perdidas nesse mundo daí afora.
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