Escrever é isto de copiar da tela da memória os pensamentos que ganham forma, estes corpos soltos doutros maiores sentimentos ali deixados pelos dias que não existem mais em lugar algum. Semelhantes às luas tão aguardadas nos céus, deixam marcas profundas entre as pedras do caminho e a isto se prestam as palavras, blocos intensos que rompem o trilho de nós mesmos e desafiam a lei da gravidade no coração desconhecido, pedindo arreglo a essa força descomunal de existir, somente isto.
Por mais quiséssemos, ver-nos-íamos face a face com este espaço
ignoto que ora somos, vazios em movimento aos olhos dessa força que tange o
Infinito e seus olhares intensos dentro da alma da gente. Nisto, são notícias,
sons da natureza em volta, silêncio descomunal a preencher planícies e vales de
acordes e lembranças fortuitas. Nós conosco próprios, películas virgens da
solidão inevitável.
Pudéssemos, então, encontraríamos tesouros inestimáveis nas
profundezas do Ser, porquanto dele seremos partes integrantes largadas neste
universo das horas. Tocaríamos, passo a passo, as paredes do firmamento e buscaríamos
ansiosos a porta da compreensão, vultos que assustados de si e de outros. Algo,
no entanto, perfaz de cores as conchas do destino e contemplamos as luzes à
espera do que virá sempre das bordas deste tudo avassalador a determinar o giro
dos astros na distância em volta.
Disto, das multidões de cada um, nascem os segredos que
determinam o justo motivo do quanto existe durante todo tempo. Perante o calor
deste momento dagora, Sol intenso rebrilha na Eternidade a deslizar pela imensidão
deste oceano encantado das alturas. Daí, desses pequeninos seres vêm as raízes
do mistério donde virão todos novos sonhos já agora inscritos nas alturas infindáveis
logo aqui adiante.
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