O que mais assusta os que assim questionam fica por conta da neblina/obediência aos ditames e acontecimentos independente de opção pessoal lá nos inícios. Têm que atuar no drama da existência fora de qualquer cogitação. Somos, fomos, a bem dizer, condenados a ser livres, isto é, ser escravos da própria liberdade da qual nem conhece a origem nem aonde vem chegar. Vive-se, pois, no âmbito aberto de todas as filosofias, todas as religiões, na ciência da Natureza mais plena, porquanto dela integramos peças-chave todo tempo. Personagens envoltos nesses papeis aos quais só aparentemente optaram fazer. Donatários de capitanias imaginárias, avançam vidas afora longe de avaliar ao porto que lhes aguarda encontrar no final do corredor do Infinito. Bem nós, senhores e escravos de si mesmos pelas jornadas deste mundo.
E saber que apenas conhecemos o suficiente de sustentar o
instinto da sobrevivência e tocar adiante a herança que o Destino nos fez depositários
a cada quarto de lua. Seres esquisitos essas peças de um tabuleiro fantástico,
jogamos e trocamos de casa à medida que pede o desejo, num aparente poder da
vontade que, apenas, se repetirá ao léu da sorte. Não nos cai um cabelo da cabeça
sem a permissão de um poder desconhecido ou considerado.
Bom, são cogitações que vêm e vão, à medida que os
pensamentos se avolumam nos vãos do juízo e a eles pedimos paz, compreensão,
enquanto se desmancham no ar dos instantes apressados quais criaturas
independentes da gente pensante, por vezes após deixar caracteres, cicatrizes e
saudades, sombras e luminosidade. Doutras, um vazio maior de todos, no correr
dos dias, a repetir os benditos e litanias das almas em penitência.
Contudo, bom que seja tal qual, ainda que de nada adiantasse
tanto esforço dos místicos de revelar o mistério a que somos submetidos, partes
e autores. No entanto, todavia, porém, outrossim, a quantas andam os intérpretes
dessa caligrafia maravilhosa que nos deixa aqui prontos a conhecer, seres em
formação a olhar o horizonte à espera do Sol.
"Bom, são cogitações que vêm e vão, à medida que os pensamentos se avolumam nos vãos do juízo e a eles pedimos paz, compreensão, enquanto se desmancham no ar dos instantes apressados quais criaturas independentes da gente pensante..."
ResponderExcluir