Lá no Paraíso, naquele dia, quando visitados pelo Criador, eles logo descobriram que estavam nus. Haviam comido de um fruto proibido. Não sei bem se pela desobediência ao conhecer o sabor de tal fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal, ou pela ânsia pura e simples de dominar a Natureza virgem. Tiveram a chance de ser orientados, o que, no entanto, descumpririam na maior sem cerimônia. Eis um conto de prudência, da atenção às leis sob as quais desfrutaríamos do mistério. Dois personagens, a floresta do Jardim do Éden, os outros animais, tudo em volta a guardar o silêncio a bem dizer absoluto.
Impera constante essa larga interrogação, o que estamos
fazendo aqui? A que destino flui essa lâmina de carne em queda livre rumo do
Infinito? Daí essa impaciência de revelar, no prazer da carne, a função,
progressão matemática da superpopulação da espécie na face do Sol. Viver,
usufruir das benesses da Criação, sem, contudo, render homenagem aos segredos
do Universo. Eles quiseram correr, a que destino porém?
Isto prevalece até hoje, pelas encostas dos momentos.
Prometeus acorrentados a rochedos descomunais do Tempo, todos dançam na festa
do sabor imediato, no apetite de reunir as maravilhas possíveis e dormir o sono
eterno. Pura expectativa de utilizar, a recurso próprio, as normas deste mundo
que faz dos instintos a fuga mortal das criaturas humanas em face do seu Autor.
Achar um pouso de esconder as práticas deste chão, de sonhar
com o penhor da felicidade, quanta imaginação dos aflitos atrás de quem outras
árvores simulam a pureza original perdida antes? O fel da desobediência que
daria satisfação entristece e mata de servidão aos mesmos heróis de
antigamente. Pois somos os seres infiéis que aqui chegaram e permanecem
envoltos nas brumas desse deserto e suas miragens incessantes. Nós, artesões do
Cosmos e das nuvens de pensamentos a ser purificados lá um dia, nos sonhos perdidos
do Paraíso que somos agora.
Sei, no entanto, que entre esses cacarecos existem como que a vida de mil seres que significam este eu que ora sou, fruto de todas minhas experiências até aqui acumuladas." parabéns! Linguajar culto! 👏👏👏💫💫💫
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