Que esgotar, esgotaram as chances, isso confessam há tempo os índices e as pitonisas. Porém perder por perder fica feio a quem desejou singrar os mares e viajar céus infinitos. Controlou os ares, acalmou os mares, desvendou as dúvidas matemáticas, sem, no entanto, conter o touro bravio da dor entre os tais seres vivos. Humildade, resta, pois, aceitar ser humildes. Olhar de lado e ver o quanto de semelhantes palmilham o mesmo chão. Abrir as portas do coração e partilhar tesouros, as notícias do mistério e o desejo maior de felicidade equitativa. Querer, enfim, pacificar a fera acuada, que vaga solta nos escuros glaciais, e aceitar de om grado uma paz duradoura. Nutrir bichos menos indomáveis e sonhar novidades que promovam os bens de salvação desse trem das amarguras em que tornaram a vida dos muitos trabalhadores. Justiça, solidariedade e confiança, formas ideais de convivência, revelações da política verdadeira de filósofos e profetas geniais.
Enquanto isto, vem o sol das almas com seu brilho de coração em festa. Inova o prisma de cores incontáveis, nos fenômenos inclusive de dentro do próprio corpo que nos conduz, máquina livre e perfeição absoluta. Admitir a esperança qual gênero de primeira necessidade. E permitir sinceridade em todo sorriso que preencha de luz os dias da eterna Humanidade.
(Ilustração: Cristo na tempestade no Mar da Galileia, de Rembrandt).
Bem que tentamos alimentar os bichos indomáveis em nosso eu, mas eles continuam lá, apesar das nossas tentativas. No entanto sabemos que não podemos é nem devemos aceitar o quanto pior melhor, busquemos fazer algo ainda em pequenas proporções, o importante é tentar.
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