domingo, 9 de abril de 2017

Que é o destino

Lá certa vez, Rabi Baruch, místico judeu, afirmou: Como é bom o nosso Deus, como é doce nosso destino. E perguntam sempre o que seja destino. A alguns, pura fatalidade, porém fruto amargo ou doce das práticas individuais ou coletivas onde o plantio acontece na bondade com que Deus oferece os meios a todos de, indiscriminadamente, obter a Felicidade. Quando o agir desobedecer aos padrões da natureza, usar dos instintos malévolos sem levar em conta os valores bons, então deposita nas mãos das consequências o que virá no correr dos acontecimentos. Ou seja, liberdade existe a fim de escolher os princípios de uma coerência universal, ou divina. 


Os outros animais, por sua vez, desenvolvem as experiências que levarão, adiante nas eras, à virtude. Entretanto único aspecto nos difere deles, serem irracionais, sem o senso de escolha. Pois só agem por agir. Nós agimos e plantamos; na prática, colhemos os frutos dessa liberdade, ou existência racional. No entanto a compreensão chegará à medida que aprendermos os resultados que ofereçam os nossos atos. Há nisso o peso da responsabilidade pela consciência da dor e do prazer, dois instrumentos de avaliação e manutenção do sistema de existir e saber que existe. 

No tempo, nosso caderno de rascunho, escrevemos a nossa história imortal, porquanto espiritual. A memória guardará os frutos. Memória ou passado guardado dentro da gente-indivíduo. Acertou, segue em frente a recolher as boas safras e replantar. Errou, então se apresenta o Senhor do destino, munido da balança da imortalidade, a oferecer o saldo das existências em forma de novas oportunidades, ou reacertos.

Chegará sempre o produto final do compromisso de viver, e nisto seremos o começo e o fim em nós diante do Eterno. Quem manda ser ainda pequeno e sonhar em um dia ser maior?!

(Ilustração: Anja Stiegler).

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