Não bastasse em que se transformou o senso clássico da administração da sociedade, herdado de gregos e romanos, apenas o interesse individual prevalece e deita seus tentáculos a credos e cores, numa sanha de ganância jamais prevista nas terras cabralinas.
O desespero pequeno-burguês de arrecadar em conta própria, confiar em quem agora?, toscos parasitas de boteco. Em que fragmento, que ideário, quais sonhos... Enquanto a massa populacional apenas repete os slogans vencidos do desespero e da alienação tecnológica. Passar aos outros embriaguez de fama, dos prazeres fáceis, na intenção da cidadania inexistente. A que santos acender as velas? Era infame esta, quando a História exige atitudes e entendimento e os filmes viraram superproduções ideológicas descartáveis.
De cabeças enterradas na areia, o exército dos acadêmicos entediados apenas reclama melhores salários a fim de preservar a dominação do gigante Moloc, senhor das terras e dos mares de todos os continentes. Ninguém sabe mais onde mora o dono da máquina totalitária que impera nos mercados digitais.
A liberdade, esta esqueceram nas prateleiras do passado. A responsabilidade, a transferiram aos outros por demais, aos zumbis dos subúrbios, que ainda insistem manter funcionando a máquina esfumaçada e vadia das antigas fábricas.
Nisso, urgente, olhos postos na realidade inevitável, a consciência humana impõe o compromisso das horas aos ombros das novas gerações. Admitir o erro requer humildade e profunda reflexão de tudo, da incompetência posta em prática até que hora, onde quer que seja. Os horizontes cinzentos, sim, gritam aos ouvidos das maiorias silenciosas o dever que lhes chama, no mínimo a título da sobrevivência de uma espécie bendita.
(Ilustração: Jogos infantis, de Pieter Brueguel).
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