Sim, o presente, segundo estágio da Consciência, que deve entregar ao fluir da Eternidade corpo, mente, pensamentos e sentimentos. No entanto ocorrer tantas vezes que o foco da existência, o eu, esquece ou não prevalece na sua vontade, e larga de lado o condão inestimável do presente às malhas do passado lá atrás enganchado na crosta da memória. De comum, dados os impasses desse autocontrole, deficiência em que a grande maioria incorre, o presente foge pelas veias do destino, e outros vivem a vida de quem deveria viver e andar no comando.
Perdidos, pois, do presente, fogem ao passado, ou avançam destrambelhados ao futuro, que ainda nem existe e quando existir será só presente.
Eis o terceiro limite criado pela mente na ânsia de responder ao questionamento de existir. O futuro, que também inexiste. Criado mentalmente pelo esforço de antecipação, criaturas prendem os dentes no que viria, alucinações constantes de querer criar nas luas da inexistência, porquanto nada assegura, diante da imprevisibilidade e do mistério, que viveremos e viremos presenciar os depois de hoje. Futuro, quimera dos sonhos e país fruto da mais pura das imaginações...
Conquanto responsável pelo presente que a tudo resume, os humanos vadiam soltos entre duas abstrações e desejam ardentemente conhecer a Si longe do reino insubstituível do Presente.
(Ilustração: Guy-Olivier Deveau).
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