Tal seja, portanto, a sonhada proposta da Salvação; vencer a si nos aspectos nostálgicos da brutalidade e compreender, também de dentro de si próprio, a vitória sobre a decadência física em favor do Reino que não é deste mundo, de que contou Jesus.
Mas isto custa um preço em termos de controlar a força física e transformar o tempo da carne em poder, equivalente ao que demonstram as grandes almas, guias do Caminho aos espíritos ora vestidos na matéria em decomposição.
E a peleja persistirá enquanto houver quem dependa do exercício dessa razão a fim atravessar a faixa escura dos tempos e despertar nas potencialidades a que viemos encontrar.
Portando, na panorâmica dos conflitos, no íntimo e fora da pessoa, no espaço fronteiriço das eras e da Eternidade, habitamos soltos aos valores das duas lateralidades que persistem ao nosso dispor. A força bruta entre carnalidade e os sonhos de uma realização definitiva. Contexto incrível na sua formulação, aparentemente simples, porém que exige disposição e atitudes constantes de herói, se é que nos interessa vencer as ilusões e desvendar o mistério do largo Universo de que somos principais protagonistas.
(Ilustração: Oversoul, obra de Alex Grey).
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