Notícias variáveis de que o clima do mundo anda meio mudado deixam margem a sintomas inesperados de alteração nos fenômenos da mãe natureza. Contudo há de parecer que tempos anteriores também mudavam e ninguém via preocupações, porquanto mudança compõe os acontecimentos naturais a qualquer época. Vez por outra, perto ou distante, eclodem ações espontâneas que exigem alguma atenção das pessoas, porém diante de leis infinitas, quase tão misteriosas quanto o futuro.
Falo por mim que chuvas lembram a força viva da esperança no coração dos sertanejos, neste pedaço de Brasil onde o esperar virou profissão de fé, razão principal de viver com arte os sonhos, nas veredas da imaginação. As festas das colheitas, as alegrias das moagens, os ventos frios das madrugadas de nossos invernos... Quanta felicidade junta em tantos amores, no coração da saudade nas pessoas simples, sementes guardadas sob o piso fofo das vazantes adormecidas no decorrer das estações secas e quentes. Nisso grita dentro da gente vontade poderosa de fazer acontecer chuva que renova todo ano, num lugar de esperanças mil.
Quando tantos alimentam as luzes dos riachos e açudes cheios, sobrevoará emoção sempiterna de preservar a paisagem amiga das nascenças e dos amores. Salvar, pois, o gosto de amar as raízes férteis das possibilidades de inverno bom nesse próximo ano, a tranquilidade de nossas almas amigas da esperança.
Foto: Jackson Bola Bantim.
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