Assim numa coisa meio irresponsável diante do que as notícias desse mundo querem a qualquer custo sustentar mas não conseguirão jamais, os comandos da festa, as músicas ruins das baladas, programas sem qualidade nas televisões, engarrafamentos gigantescos, poluição, bombas, mesas de negociação viciadas, ruas e becos de lugar algum, acordos de paz desrespeitados toda hora, matas em destruição, alegria, sempre, alegria acima de tudo. Eis o preço da lição desta vida imensa que aqui não terminará jamais, pois caso isso acontecesse nem haveria acontecido. É só o começo da grande viagem dos seres inteligentes que somos e ainda buscamos os trilhos de tocar nas nuvens as nossas músicas das esferas. Sofrer merece respeito, portanto, que implica no aprendizado constante das salas de aula infinitas das vidas. Perante a exatidão do quanto onde estamos inseridos, viva a beleza da existência, mesmo que significa essa náusea de sentir a velocidade supersônica das horas percorrendo nossas veias e músculos. O alimento dos instantes, o oxigênio dos ares, a força da luz que invade os olhos adentro e ilumina esperanças de melhores visões, as flores, os pássaros, os besouros, os outros animais racionais e irracionais, o pulsar do coração, os circuitos elétricos do cérebro, a tranquilidade profunda do silêncio, as cores, as linhas dos prédios gigantes das capitais movimentadas, a fuligem das avenidas, o ruído descomunal das máquinas impacientes, os navios e aviões, os ditadores, as armas nucleares, as histórias e os poemas, as feiras de amostra de novas tecnologias, tudo, tudo, tudo motivo inquestionável da progressão geométrica da alegria nas emoções da gente. Os chefes dos guetos e os cabos eleitorais em atividade já nas próximas eleições, as tropas fervilhantes de argumentos que justificam a manutenção da ordem social, os vidros rebrilhantes dos enormes edifícios dos Emirados Árabes, as pirâmides, os mercados e os dinheiros circulando como a facilidade do sangue nas gretas molhadas dos seios do sistema nutrido a pão de ló e consciências. Tudo, só tudo, numa quermesse transcendental de pura felicidade a produzir chances dos novos amanheceres em festivais de intensa alegria. Que gostoso existir e usufruir as possibilidades inevitáveis da Criação. Alegria, pois, e acima de tudo, todo tempo, que é perene, definitiva, de Verdade.
(Foto: Jackson Bola Bantim).
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