Esse o eu da
atualidade, aonde é vira a página e ver o quanto os displays passam a dominar olhos e cabeças numa velocidade
estonteante; ameninada que o diga. Isso em tempo real quando ruas se enchem de
automóveis largos, reluzentes, espaçosos, apertando pessoas de encontro aos
muros, farra descomunal de tecnologia vendida a preços de liquidação em massa.
Quisera, por isso, conversar pouco, falar às populações urbanas dos enganos em
que tornaram promessas da luz do fim dos
túneis, agora revertida na sede insaciável dos jogos de reflexo, bocas adoçadas
nos pastos obstinados de fastfoods.
A solidão prisional dos
apartamentos pede, pois, telas de led
a fim de suprir necessidade urgente do conforto afetivo das metrópoles
cinzentas. Qualquer instrumento serviria, computador, vídeo game, ou televisão; celulares, ipads, iphones, tablets;
contanto que acalmasse a ânsia dos corações extasiados de saudade naquilo que
desconhecem e procuram famintos, nas estações oferecidas a cartões, via online, ou boletos bancários.
Perdições de gabinetes
estranhos, moradas de pressentimentos vagos, flores molhadas nas lágrimas sonorizadas
a soluços. Naves intergaláticas cruzam os céus por meio dos paredões de som que
avançam mecânicas madrugadas regadas a álcool, presas nas artérias fisiológicas
dos fones de ouvido em alfabetos ligados em antenas distantes de outros
cérebros dependentes. Contatos matemáticos das ondas em curvas no espaço
sideral das consciências atormentam esse mundo global silenciado pela
aceleração das indústrias da consciência.
Deixaram, assim, de
observar nuvens no nascente e voltam baterias de esperança aos oráculos das
máquinas, busca de arautos na direção dos foguetes ancorados nos mercados
estrangeiros. De hora a outra, o que era possibilidade resultou na febre dos
equipamentos de raios. Profecias falaram do avassalamento dos tais chips de dominação e as mentes já admitem
fossem meros temores noturnos...
Mergulhados em si, os
cavaleiros andantes da reconstrução nacional dessa humanidade dividem o âmago
do cérebro aos circuitos das novas comunicações, certos de que ninguém
responderá os questionários da fuga em série do Planeta azul.
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