sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Por que estamos aqui


Cogitações infinitas preenchem o teto das mil respostas, caçadores faceiros das justificativas existenciais espalhadas nessa Terra varonil que bem poderia indicar melhores condições aos seus habitantes, porém a realidade fria rasga de tintas contraditórias o território do horizonte metálico.

Por maiores sejam as causas, alguém responde pouco ao desafio. No fundo mesmo, as propostas pessoais exigem atitudes que parecem sempre melhores nos sonhos do que nas práticas políticas. Pousam de herói, enquanto guardam intenções pessoais inconfessáveis.

Andar adiante sem, contudo, perder o ânimo de amar aos demais, apesar das farpas jogadas no caminho uns dos outros, o que caracteriza de comum modo torto de tantos humanos vestidos nas butiques e penteados ao vento da mídia interesseira. O cidadão nutre dias doces, outrossim controla caprichos particulares amargos.

Houvesse menos promessa e mais ação, o mundo seria outro, justo e lotado de amigos de todo lado. Gado pastando nas várzeas, pássaros cantando nos fios telefônicos e músicas bonitas rodando nos ares, invés dos trastes vendidos a gosto de segunda mão nas barracas improvisadas de praças assustadas.

Antes tarde do que nunca, dizem as gerações aglomeradas nos rituais indesejáveis do egoísmo, subnutridas e abobalhadas face ao que lhes empurram nos túneis da comunicação de baixo nível, escravos do falso conhecimento.

Alguém responderá ao apelo da esperança, duvida quem adormeceu nas farras e depressões. Há um sentido próprio nos elementos do mundo. Traços de beleza imperarão no verde do campo, a cada manhã da Eternidade, veias abertas de luz, focos de perfeição.

Isso e outros propósitos de convicção nascem do seio das horas incansáveis, na continuação de tudo. O esforço continuado mexerá por dentro das moléculas que nem se veem, máquinas originais antecessoras das máquinas mecânicas adiante construídas e jogadas nessa lama do que resolveram chamar civilização, longe disso, entretanto, negociantes de armas para impor ganância, território de amores esquecidos.

Existirá razão de palmilhar as vias da transformação, flores perfumadas no amor, fortes padroeiras de valores renovados em almas transparentes além, pois, desses instintos que precisam dizer a que vieram e movimentar o coração feliz das gentes alegres. 

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