quinta-feira, 17 de março de 2016

Sempre a democracia

Mãe da esperança na política, sempre vem outra vez a democracia, invenção dos gregos de antigamente. Mesmo que se leve em conta o pluripartidarismo, na realidade apenas duas linhas sobrevivem os pleitos eleitorais: a oposição e a situação. Os que metem a viola no saco e os que abiscoitam o trono. Na órbita deles, o segmento dos indiferentes, radicais, teóricos ou românticos.

Alguma coisa mudou, no entanto. Estudos apontam para crescimento das mentalidades. Antiga limitação fixada em padrões infalíveis abre a janela às maiorias sedentas de justiça social. 

Daí vêm propostas nos quatro naipes, inclusive junto das paralelas da oposição. Toda possibilidade vale considerar, guardadas as restrições econômicas e o abuso do poder, Fórmulas de perpetuação, nos países atrasados, viciam o critério de seleção dos dirigentes, admitidas as aparências do atual regime, república envelhecida com o passar do tempo.

Uma campanha municipal no Cariri, por exemplo, indicará a síntese de tudo o que impera na consciência dos grupos sociais mais castigados pela palmatória da servidão, e orientará os rumos de seguir adiante. No campo da luta, aflorarão valores mantidos longe do palco: desemprego, sucateamento da saúde, da educação, insegurança pública, caos urbano da invasão dos automóveis e motos, e a textura política do sistema colonialista, que nunca desapareceu. Só muda de cara e engana o povo.

Necessidades reprimidas há séculos resistem aos sonhos. Esgotos. Calçamentos. Segurança. Iluminação. Água. Urbanização. Moradia. Idoneidade sofrida. Honestidade, que periga nos conselhos e tribunais. Exercício clientelista e ausência de participação efetiva das comunidades, somada a ausência de objetivos claros à solução das necessidades coletivas. 

O desejo popular recupera a paciência jamais perdida de manifestar seu espírito na força do voto. Assim, o espaço político, instrumento principal dos agregados humanos, lembra a inocência original da natureza.

Que venham os novos gestores a modificar para melhor essa história das gerações, a prezar o conceito que corresponde a responsabilidade, nos manuais da Política verdadeira, escrita com letra maiúscula.    

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