A vida é um paraíso, mas os homens não o sabem e não se
preocupam em sabê-lo. Fiódor Dostoiévski
Ali, de onde se vem e aonde tudo jamais irá chegar a um fim, esse espaço entre as árvores de floresta imensa, espraiada no solo dos destinos, eis que nos deparamos com nós mesmos, tais portas fechadas a serem abertas lá num momento, quando virão as histórias que viemos aqui escriturar. Palcos incontáveis de peregrinos e segredos inextinguíveis, cobertos de mantos imaginários, de longas viagens a lugares inesquecíveis de uma caminhada pelos céus.
Dotados, pois, que fomos de tanta esperança, vultos
abençoados, vales dos sentidos, descem ao piso das alturas e iluminam os astros
mais distantes, vistos só nas cenas azuis dos filmes mágicos. Caminheiros à
busca de compreender o sentido que nos toca e alimenta vidas a fio, e que por
vezes esquecemos, diante das nuvens que transcorrem nas madrugadas; dali,
ouvimos passos seguindo nas folhas do mistério.
Quantos significados, pois, vagando através dos dias,
enquanto aguardamos os frutos dessa espera. Todos, multidões, que juntam pouco
a pouco fardos sucessivos, comporão a pauta desse futuro. Submersos nas ondas
dos sentimentos, faremos do tempo o roteiro das infinitudes, seres em
aperfeiçoamento a recriar os motivos de andar neste mundo, livres, ansiosos, no
entanto. E saber, depois, contar do quanto existiu sempre no íntimo.
Nisto, fica sequenciar rastros e sonhos, decodificar a
linguagem dos pássaros e perlustrar os horizontes, as flores, em livros e
livros que preenchem ruas, mercados e bibliotecas. Muitos, que sejam, decerto a
tudo interpretar, nos trajes, nas falas e nos desejos. De coração a coração, dizer
outros segredos adormecidos no silêncio dessas horas.
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