terça-feira, 29 de abril de 2025

As entranhas do Universo

A vida é um paraíso, mas os homens não o sabem e não se preocupam em sabê-lo. Fiódor Dostoiévski 

Ali, de onde se vem e aonde tudo jamais irá chegar a um fim, esse espaço entre as árvores de floresta imensa, espraiada no solo dos destinos, eis que nos deparamos com nós mesmos, tais portas fechadas a serem abertas lá num momento, quando virão as histórias que viemos aqui escriturar. Palcos incontáveis de peregrinos e segredos inextinguíveis, cobertos de mantos imaginários, de longas viagens a lugares inesquecíveis de uma caminhada pelos céus.

Dotados, pois, que fomos de tanta esperança, vultos abençoados, vales dos sentidos, descem ao piso das alturas e iluminam os astros mais distantes, vistos só nas cenas azuis dos filmes mágicos. Caminheiros à busca de compreender o sentido que nos toca e alimenta vidas a fio, e que por vezes esquecemos, diante das nuvens que transcorrem nas madrugadas; dali, ouvimos passos seguindo nas folhas do mistério.

Quantos significados, pois, vagando através dos dias, enquanto aguardamos os frutos dessa espera. Todos, multidões, que juntam pouco a pouco fardos sucessivos, comporão a pauta desse futuro. Submersos nas ondas dos sentimentos, faremos do tempo o roteiro das infinitudes, seres em aperfeiçoamento a recriar os motivos de andar neste mundo, livres, ansiosos, no entanto. E saber, depois, contar do quanto existiu sempre no íntimo.

Nisto, fica sequenciar rastros e sonhos, decodificar a linguagem dos pássaros e perlustrar os horizontes, as flores, em livros e livros que preenchem ruas, mercados e bibliotecas. Muitos, que sejam, decerto a tudo interpretar, nos trajes, nas falas e nos desejos. De coração a coração, dizer outros segredos adormecidos no silêncio dessas horas.

 

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