quarta-feira, 23 de abril de 2025

A quantas andam


Há horas em que as próprias palavras querem porque querem falar, independente daquilo que se passa no juízo das criaturas humanas. Nem avisam quando, apenas insistem dizer algo que, de longe, se possa imaginar o quê; mas, ainda assim, persistem num afã de causar espanto. Tal quem deseja impor condições a um ser delas submisso, trazem consigo notícias dalgum lugar lá de dentro, revendo estados de alma, ou mesmo lembranças guardadas de tempos e tempos. Quase nunca pretendem só contar daquilo que esteja acontecendo aqui fora, no entanto. As emoções que cercam, um a um, a todos, repetem o percurso de volta e estabelecem metas e intenções de continuar. Nesse encontro delas conosco, juntos, pois, nada resta senão conciliar interesses e contar do que acontece, enquanto turbilhões de sensação perduram anos a fim no transcorrer dos significados.

Nisso, cabe estabelecer as bases de outras interpretações do universo em volta, a quem fixar os outros valores, ajustar as finalidades do quanto estejam, e sustentar a ordem natural de tudo. Um ser, fixo nas letras do imaginário, vive apegado ao impulso de existir perante o Tempo. Espécie de análise vária do panorama nos céus dos pensamentos, este, que percorre o mesmo itinerário de todos, pouco ou nada sabe de quantos agora estejam a cruzar os mesmos mares da incompreensão e mergulhar noutros mundos, noutras de presenças, meros senhores de conceitos. Longe que ainda estejam das paisagens e dos sentimentos, minúsculos componentes desse todo sob o quê nos apercebemos, contudo são peças fixas do enorme quebra-cabeças do Destino.


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