Há horas em que as próprias palavras querem porque querem
falar, independente daquilo que se passa no juízo das criaturas humanas. Nem
avisam quando, apenas insistem dizer algo que, de longe, se possa imaginar o
quê; mas, ainda assim, persistem num afã de causar espanto. Tal quem deseja
impor condições a um ser delas submisso, trazem consigo notícias dalgum lugar
lá de dentro, revendo estados de alma, ou mesmo lembranças guardadas de tempos
e tempos. Quase nunca pretendem só contar daquilo que esteja acontecendo aqui
fora, no entanto. As emoções que cercam, um a um, a todos, repetem o percurso
de volta e estabelecem metas e intenções de continuar. Nesse encontro delas
conosco, juntos, pois, nada resta senão conciliar interesses e contar do que
acontece, enquanto turbilhões de sensação perduram anos a fim no transcorrer
dos significados.
Nisso, cabe estabelecer as bases de outras interpretações do
universo em volta, a quem fixar os outros valores, ajustar as finalidades do
quanto estejam, e sustentar a ordem natural de tudo. Um ser, fixo nas letras do
imaginário, vive apegado ao impulso de existir perante o Tempo. Espécie de
análise vária do panorama nos céus dos pensamentos, este, que percorre o mesmo
itinerário de todos, pouco ou nada sabe de quantos agora estejam a cruzar os mesmos
mares da incompreensão e mergulhar noutros mundos, noutras de presenças, meros
senhores de conceitos. Longe que ainda estejam das paisagens e dos sentimentos,
minúsculos componentes desse todo sob o quê nos apercebemos, contudo são peças
fixas do enorme quebra-cabeças do Destino.
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