Bem isto, sementes de perfeição lançadas no solo do Tempo. Das lamas do passado, ali nascemos a cada momento. Olhos postos na luz dos olhos, firmamos em continuar, traços da profecia espalhadas aos sóis. Livres até de nossa mesma imaginação, fustigamos as docas do mistério e colhemos de dentro a sobrevivência do Ser que aqui transportamos vidas sucessivas. Essa vontade imensa de sonhar com a continuidade sem fim faz de todos blocos de gelo que flutuam rumo aos céus.
Diante das perguntas do vento, formulamos as tantas respostas
que montam e desmontam a história das criaturas. Meras definições provisórias
do que seria o sentido de tudo, conduzimos o barco da sorte aos paredões do
Destino.
Assim, quais nuvens desta humana perfeição, sonhamos no colo da Eternidade os dias que nasceram de nossas próprias notícias, fiapos
da colcha descomunal da Natureza. Portanto, nós, sementes de perfeição nas
hostes do desejo absoluto. Firmes nas malhas desse tear inigualável, eis o que
precisamos ao romper a casca que ora somos.
Lá longe, nas memórias, havemos largados ao firmamento essas
antigas tradições de encontrar uma paz constante no coração da gente. Estradas
por vezes escuras, doutras cheias de ilusão, andamos a passos largos de vencer
os invernos frios da esperança. Aprendemos a
plantar, pois, nas hostes da alma o furor destas sementes e sorriremos, de certeza, belo dia, que aprendermos a exatidão desse equilíbrio que presenciamos no íntimo
da existência.
Painéis libertos, escrevemos o quanto de belas histórias
contam as felizes recordações, a braços com o fluir das gerações. Já sentimos nas entranhas esse movimento dos astros nos pagos da consciência, até
quando sorriremos face as manhãs de plena luz, vasto itinerário da Verdade.
(Ilustração: Monte Santa Vitória, de Paul Cezanne).
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