Bem na essência de tudo persistirá essa dimensão definitiva, ou equilíbrio, o valor que sequencia as existências, a Verdade. Sem maiores esforços, ainda que diante das interrogações, a medida pura do Universo vaga solta nos arredores, mesmo que o juízo de todos ainda carece de compreender. Porém há que ser assim, pois quem somos a querer mudar?! A força desse poder infinito a tudo rege, portanto.
Enquanto isso, todo esforço humano persiste em continuar à
busca do sonho de uma verdade pura e definitiva. Um misto de passado e futuro,
contanto que sobreviva diante da crise continuada de viver entre si feito fera,
no senso de resistir ao passar dos dias. Restos de ilusões carrega consigo
vidas e vidas. Insiste alimentar de sobras o desejo das noites largadas aos
sóis nas manhãs seguintes.
Dotados das possibilidades infinitas de criar heróis, joga
ao lixo trajetos imensos de largas histórias, às vezes místicos, noutras
castiçais de bronze nos templos da amargura. Esses encapuzados personagens das
trevas sustentam, outrossim, epopeias inigualáveis de conquistas e mistérios.
Avançam existências a fio semeando desejos e sustentando batalhas sob o crivo
da solidão. Eles, os anteriores ocupantes da banca do Sol. Vagueiam nos mares bravios
munidos das angústias de que se fazem senhores, todavia apenas serviçais.
Abismam os infinitos e realizam sinfonias de almas aflitas,
esses seres que resistem ao desparecimento e nisso demonstram muitos mais do
que veem nas trevas do instante. Dormem a sono solto o ritmo das festas. Pousam
abandonados ao relento dos desertos. Constroem o imaginário pelas frestas do firmamento.
Sabem que logo ali adiante virá o crivo das promessas e viverá para sempre nos
pagos da esperança e ao sabor da felicidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário