Nesse movimento constante das ondas que não se apartam do mar, assim vive a vida nas pessoas. Pedaços entrelaçados nas horas, vagam soltas pelas esquinas das histórias. Contam a si e aos outros os quantos de vivências, no entanto ansiosas de que assim não fosse, porém. Espécies de moléculas de um todo desconhecido, passam no Tempo numa velocidade esquisita de quem jamais desejaria.
Lembro sempre de mim noutros momentos, contudo feito das
interrogações que lá me acompanharam. Nisso, insisto de perguntar a quem
responder senão a mim próprio, que pouco, ou nada, ouve que signifique aquelas
respostas que busquei pelas vagas em movimento. Revejo as ânsias de que Sartre
falou no tempo de A Náusea, tão só desfeito nas malhas do mistério, na fria intenção
de justificar as lembranças diluídas nas letras.
Ah, tal a fome de realizar os desejos invés de testemunhar o
mero desaparecimento entre os dedos e ver o impossível firmar os pés na
consciência de todos. Quando sabem, entretanto, silenciam.
Ao contemplar, pois, as quedas sucessivas de cenários e
fantasias, nem os mares e muito menos as montanhas deixam de ser e prosseguem na
faina desse viver esdrúxulo. Quisessem não fosse que tal e de pouca valia a não
ser encontrar as respostas e também ficar em silêncio nas horas que desmancham
os ares e padecem da síndrome desse invisível. Nós, aventureiros do Destino,
protagonistas das longas aventuras de heróis ausentes nas sombras do firmamento.
Quantas folhas, quantas flores, e agora?! Em que mundo,
em que estrela Tu te escondes embuçado nos céus? Foram mundos, civilizações, enquanto isso...
Ainda que padeçam das existências nas existências, sobrevivem ao mistério que
ocultam as dobras do coração. Eles, os autores das narrativas que acontecem
aos seus próprios olhos e neles adormecem ocultos do Infinito.
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