Isso bem de dentro das individualidades, dentro de nós. Enquanto a gente quer ser deus apenas arrasta em si o fardo rústico de cascas e nós que, de comum, bloqueia a estrada onde passamos. Noutras palavras, vemos luzes lá adiante, mas sujeitos a nos alimentar das ilusões daqui do Chão. Sonhamos com a pureza e acordamos no seio dos excrementos por nós mesmos produzidos a qualquer momento das histórias pessoais. Julgamos os demais porém esquecidos daquilo que produz de nós o que julgamos. Nisto é claro sermos as próprias contradições.
Imediatamente tão fácil botar o dedo sujo na cara dos outros
e viver as fantasias da hipocrisia... Bem humano que seja laborar assim, no
entanto a criar ruídos à música da Verdade que perdemos de ouvir. Sujeito dos
dramas que produz a cada gesto, nadamos nesse mar de lodo feitos rascunhos do
que nos chegará à frente face ao poder da Justiça superior.
Pois sim, daí as razões das dores do mundo que transportamos.
Poucos, raros, podem ver com real compreensão os motivos de ser de tal modo. É que
precisamos superar a condição atual dos animais em evolução e chegar aos céus
da Realidade. Eis ao que nos destina o princípio de tudo. Aprender a cruzar os
limites da matéria e obter as bênçãos espirituais. Quem aguentar ouvir que leve
em conta. Além disso, resta aquele cipoal das contradições no embate do ser com
Ser.
Aparentemente tão claro esse panorama. Dele, contudo, vêm os
gestos e as feras que ainda somos. Escravos e senhores de cenários barulhentos
e parciais, sórdidos e pegajosos, a cara de multidões inteiras rumo aos fins e
recomeços, até quando, então, deparar com o barco da certeza e reverter à transformação.
Nesse meio tempo, a névoa das vidas supostas e salobras. Outrossim peças dos
mistérios deste Universo perfeito onde habitamos e crescemos a todo instante,
sem outra alternativa senão evoluir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário