E segue a fome do absoluto na alma da gente nesses tais.
Tudo tão perfeito em volta que se sente na alma a forte urgência de encontrar o
sentido do que vê, o Sol, as aves, as flores, o vento que sopra suave na
folhagem ao som distante do riacho; as pessoas que passam e seguem no afã de
viver quanto possível. Desejo forte de acalmar os pensamentos e vislumbrar, no
mínimo que seja, a silhueta do divino que avisa nesta imensidão os destinos,
que avança pelos dias e deixa seu crivo das lembranças bem plantado em volta.
As visões do Paraíso, que insistem gritar a serenidade do Tempo. O âmago
avassalador das horas em movimento, face ao equilíbrio que reina a cada
momento.
Algo de misterioso que fustiga, pois, o coração e diz o que
queremos ouvir e ainda não temos o poder de compreender, isto nas folhas vivas
da imensidão que domina o firmamento. Desejo por demais intenso de interpretar
as normas dessa caligrafia, querer deduzir, por menor que fosse o querer, a voz
do Infinito em nossos ouvidos.
Pássaros, quais interpretes de tudo isso, transmitem lá
longe os segredos, no entanto apenas escutamos nas vozes doutro universo, a
fustigar a angústia e sede saber desses códigos secretos. Daí, o eterno movimento
do quanto existe, inclusive em todos nós, aprendizes da ciência de Deus. Queremos,
porém de pouco valia só e apenas isso. Há que saber do tamanho deste Ser
transcendente que esconde sua face diante das tantas maravilhas.
Enquanto isto, trilhamos inconformados antigas práticas de
reverter nos meros improvisos da sorte o que fala aos nossos olhos e reclama
dos nossos gestos, esforço de afinar a ilusão e transformá-la num mar de luz,
aos moldes dessas manhãs. Assim, mendigos desarrumados da luz que nos alumia,
baixamos os olhos e conduzimos mais longe o que agora pede sintonia com a paz
reinante nos céus, andarilhos que somos da eternidade de nós mesmos.
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