Sois deuses e não o sabeis. Jesus-Cristo
Em quais dimensões ser isto, deus que somos, eis a equação das existências. Disso falam todos que buscam desvendar o mistério de viver. Uns indicam caminhos, outros exemplificam o jeito de ser. Assim descemos neste rio de continuar rumo ao desconhecido. A cada indivíduo, portanto, cabe responder ao enigma que grita dentro de si com a igual intensidade. Tocamos as paredes da caverna tais cegos no escuro dessa missão de avisar a nós mesmos onde fica o mar. Divagamos pelas humanas contrições e padecemos a síndrome da busca, num afã de dor por vezes mascarado nas ilusões incontidas. Isto é, enganamo-nos de embriaguez com as próprias nuvens que passam quais também passamos.
Luas e luas, fustigamos a sorte em toques alucinados de
resolver o que por ele já se acha definido desde sempre que existirá vida.
Meros espectros de sonhos imaginários, viajamos nas abas do destino apegados
nas formas e objetos, pensamentos e sentimentos, sem, contudo, abrir mão dos
blocos de granito das horas que se desfazem. Elas escoam pelo Infinito e
ficamos a observar o eco das saudades que repercutem no coração da gente,
folhas secas de outras estações adormecidas.
Enquanto isso, nunca deixaremos de ser esses deuses sem o
sabermos. Atravessamos o rio da morte quais visagens que sofrem de não conhecer
o que existirá logo ali adiante, no transe da imortalidade. Ainda desse modo
persistimos tontos de continuar pela Eternidade, a ignorância que apreciamos e
que irá a lugar algum. Disso nascem e morrem as crostas que deixamos largadas
nos sóis de que viemos. Doces pássaros dessas novas madrugadas, de novo
regressaremos ao mesmo ofício de achar, certa feita, o tesouro da luminosa certeza
que abandonamos pelas plataformas da ficção. Durante todo tempo, Ele esteve
juntinho de nós e não tivemos consciência de reconhecer, isto por Ele somos nós
e nós é Ele que o somos.
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