terça-feira, 5 de abril de 2022

A grandeza da alma humana


O sentimento fala disto com tamanha intensidade e qual não fosse o poder da existência desapareceríamos numa fração de segundo. A beleza da arte, a música, os filmes, os livros, que tocam os refolhos da gente refletem a luz dessa consciência inimaginável de viver no intimo a força do amor de beleza sem par. Depois, a saudade, as recordações das vivências, de pessoas, lugares, tempos, tudo a gritar das profundezas do ser no tanto de virtudes ali gravadas que querem permanecer para sempre. Retalhos de felicidade plena, preservar os dons de harmonia vem se reverter numa necessidade extrema da própria sobrevivência, no passar do tempo. Queremos, no entanto, que jamais desvaneçam e sigam conosco através da Eternidade, conquistas inalienáveis do que ora somos e fomos um dia. São valores pessoais que invadiram de presenças e que compõem o que significamos diante do desfalecimento das ilusões deste mundo. Soma do quanto vivemos nas horas que sumiram pelas estradas de antes, nos apegamos a essa leveza que agora faz integrante parte de mim, conquista de tantos momentos bons e ocasiões esplendorosas.

Isto que permanece junto de nós durante aquilo que tocamos em frente, no ente misterioso que aqui representamos. Trilhas da espiritualidade, elas ensinam a sofrer com resignação e esperar com resistência os frutos e aquisições tão valiosos, pedaços da gente, moléculas de novas criaturas que formamos a todo instante, matéria prima da verdade desta vida. Laivos de perfeição, comungamos do eu sublime através daquilo em que nos transformamos no decorrer das idades. Edificamos da pequenez da mínima partícula o que nos salvará, no mistério de tudo isso que aprimorou em si o transcorrer das experiências de viver, sofrer, amar, sonhar, imaginar, reunir a essência do que revelamos nas sombras do que formos lá um dia. Damos, assim, o formato de grandeza à insignificância, na medida destas vezes em que realizamos nós mesmos e o sentido absoluto do que viemos buscar neste chão. Então, sejamos felizes ainda que durante a humana condição de uma consciência em elaboração.


2 comentários:

  1. Estou a pensar:
    Será que consigo dar um formato de grandeza à insignificância do que sou e do que vim buscar?

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