Em essência, isto buscamos durante o tempo todo. Uns saem à procura nos seres e objetos, criam mil justificativas de sentir prazer em estar vivos. Passeiam pelo eterno quais catadores de conchas que as acumulam nos depósitos do passado e, com isso, aceitam razões imediatas e motivos só aparentes de andar aqui nesse teto das humanas condições. Pisam, esmagam, desfrutam dos instantes numa presa avassaladora, incontida. Olham em volta e rendem homenagens aos dias quando usufruem das ilusões sem maiores significados.
Outros, no entanto, passam a adquirir noções de consciência
de que carecem mergulhar em si e desvendar o mistério da existência. Longa
jornada rumo às estrelas, nos céus da individualidade. Avançam aos segredos
pouco a pouco. Desmancham os invólucros da presença no passar dos astros pelo
firmamento. Dias e dias a gritar dentro da alma sinais de intensa velocidade
com que transcorrem as idades. Mais que só testemunhas das horas, sabem que
precisam desfazer os equívocos da ignorância e acordam noutras luas.
Disso advém a satisfação de viver que todos desejamos todo
momento. Largar de lado o que disseram
ser a outros interesses dos seus domínios. Temos, portanto, o dever para conosco de
cumprir a determinação de nos encontrar de verdade, sem alternativa que seja. As
tais angústias, ansiedades, dificuldades incontidas nos desejos, representam a
ausência dessa claridade nas pessoas, que trocam o presente pelo impossível de
outras realizações abstratas.
No andar da sequência, vislumbramos atitudes ideais de
alimentar nossos sonhos. Viver a essência de ter paz com a luz dos sentimentos
bons, fora do desespero de criar limites ao senso de si. Sei que tal revela
graus diferentes das individualidades, porém resume que somos o professor de
nós mesmos e interpretaremos com sabedoria os tantos códigos da Natureza onde
agora habitamos. Em nós persistirá sempre o grande encontro que nos liberará de
vez da inconsciência e, enfim, ocasionará a realização do Ser que vive em nós.
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