quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Nunca antes foi assim


O ineditismo de todas as situações vidas afora. Enquanto o pensamento é só linear, tudo acontece desarvoradamente na velocidade extrema do quanto existe, vindo de todas as direções. Ainda que doa o coração da gente, nem de longe há de ser diferente daquilo que gostaríamos de ver mudar, sem mais nem menos, ao sabor dos nossos sonhos. Vontade nunca há de faltar nesse instinto de querer mudar a direção do vento e brilhar em novos sóis diante do eterno. Sempre inédito o sabor de tudo, sejam pássaros, sejam flores.

Nessa fome de transformação que sacode o desejo das criaturas impera a determinação de um poder avassalador que impõe justiça a cada hora. Assim será no transcorrer das gerações infindáveis. Enquanto dentro das pessoas essa fragilidade assusta, uma pequenez surpreendente contudo se possui na quantidade necessária de imaginar ser liberto e tocar em frente. Nisso persistirá o ímpeto de viver a todo custo, qual espécie de sentença maior que se cumpre diante dos dias e dos séculos.

Mesmo que correr, fugir, não haverá de haver meios sem a restrição do tempo e do espaço, somos meras peças de ação; vive-se o condicionamento das forças da natureza que circunscrevem as eras em volta da gente. Em nós essas argolas dominam, ferem e conduzem. O que vem logo depois nunca antes teria vindo. Eternidade pensante estabeleceu, pois, o tanto de existir dessas criaturas alienígenas que o somos. Buscar melhor definição resta aos olhos dos menos avisados que insistem acreditar no impossível das percepções imaginárias.

De certo, portanto, estamos aqui às portas do inesperado de todo momento, quais expectadores de um teatro em que parece estejamos a representar e a assistir, sem conhecer o texto e muito menos o argumento. Nós conosco próprios, a viver na sua face necessidade de viver, dotados das mínimas condições de cumprir roteiro até então por demais desconhecido. Nós, senhores de mundos ainda inexistentes, experimentos de Alguém jamais visto, autor do quanto herdamos e tocamos adiante neste mar de lamúrias e oportunidades esplendorosas.  

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