Bem que esse tema daria de ser um conto falando em florestas, lagos, calmas noites e do movimento das folhas ao capricho do vento, sons de mistério e visões, nas réstias acesas da lua ao brilho intenso dos vegetais, pois palavras se prestam a isso com estranha facilidade. Contudo traz consigo outros segredos, quais sejam de avaliar a distância daquilo que a gente diz e o que as palavras na verdade desejam contar.
Quais seres caprichosos, elas insistem tocar as mesmas
teclas dos séculos anteriores de quando ainda cresciam livres. As palavras
habitavam soltas, absurdas, nas hostes do pensamento nos véus que somem logo ali
adiante pelos vagões da Eternidade.
É bem aquilo de que e de onde surgiam, quando nelas germinam
os grãos na crosta do tempo, nas luzes que buscam desesperadamente dominar as
pessoas sem nem saber direito com que finalidade, tais quais máquinas que resolvem
controlar seus criadores e correm vadias à frente dos destinos, a querer, por
fina força, definir o trilho das ideias na cabeça dos viventes.
Invadissem cômodos íntimos e transformassem desejos em
instintos e paixões em sofreguidão, isso de um momento a outro, só então assim
dariam margem suficiente às infinitas considerações da consciência a respeito
dos significados.
Sempre o pensamento e as palavras, que andam juntos até o infinito,
naquelas ocasiões de achar o sentido forte que sacode a alma das pessoas. Nesse
afim, corações sacolejam nas bases e outros motivos maiores navegam o rio
incessante das horas, tudo proveniente da força do pensamento aliado ao
sentimento que, fervilhante, penetra a caixa das palavras, logo deitadas fora
num vômito de memória.
Isto de avaliar, pois, o espírito da solidão humana e
encontrar senso nesse tipo de jogo entre as palavras e a função do pensamento
deixa espaço a novos conceitos nunca passíveis de respostas certas. São eles quase
que entes invisíveis, figuras animadas do sonho de construir, por si só, o
futuro real das próprias ações das criaturas que nós somos.
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