quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Aprender a viver nos tempos rudes


Invólucros de matéria presos a mundo solto no espaço, bem isto que o somos, aventureiros do destino de olhos fixos nas visões imediatas. Durante o movimento dos objetos e das horas, vagamos pelas estradas e ruas, atores dos dramas/comédias em que nunca cessaremos de perguntar pelo autor, em que mundo, em que estrelas Tu te escondes, embuçado nos céus. Claro que há mérito inigualável de ser assim; lógico que existe razão principal de tudo isto acontecer, porquanto a Verdade independe das nossas opiniões e somos quase um nada a querer compreender tudo toda hora. 

Bem que se sabe o quanto de mistérios e segredos compõe os quadros deste mundo rústico e as sociedades humanas. Valores indefinidos pela busca constante de liberdade, em meio às licenciosidades do egoísmo que, até agora, caracteriza as ações da espécie. No pretexto de sobreviver aos desafios, fulanos e sicranos rompem as fronteiras da fraternidade e viram só feras em conflito nas florestas da riqueza. 

E o que observar se não a sede do poder a qualquer custo, bem característica dos turnos eleitorais. Disputas acirradas em meio a promessas vãs, absurdas, e tendência à divisão de grupos e à fome descabida nos bolsões da população marginalizada. Quem líder de quem? Mesmo porque ainda somos pequenos de nossas grandezas. Romper a barreira da mediocridade nem interessa a quem quer que seja; apenas gana e fastio, pretensão e submissão forçada aos falsos mitos dos turnos eleitorais.

Quer-se que seja doutro jeito, e eu também. Alimentar o sonho de outro universo em que valha mais o ser do que o ter; a divisão ser submetida ao direito das coletividades. Porém o anseio das revoluções justas baila distante nos livros, nas doutrinas sagradas, nos véus da natureza Mãe. Enquanto os grupos montam seus esquemas nos escuros da madrugada, outros resistem heroicos a mais um tempo de crer na certeza de quando, afinal, viveremos dias de Paz e Trabalho, nas luzes da promissão.


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