sexta-feira, 5 de abril de 2019

Paz que vem de dentro

Navegar esses mares imensos quando o sonho é a realidade e a realidade é só sonho. Vagar pelas galáxias e desvendar o quanto de mistério resta bem guardado nas estrelas e no coração, mergulhar oceanos de profundidades abissais... Naves únicas da presença de viver.

Tal e qual as aventuras humanas, lá um dia saíram todos à procura do fogo e descobrirão as cavernas do ser, espécie de percepção de uma primeira consciência, indício inevitável das camadas superiores ali dentro, depois das tantas agonias desfeitas em tantos nada. Isso perante uma tarde ao fim, durante a despedida melancólica do Sol no poente. Olhos postos nos farelos desses antigamente, quantas dores ficaram ali siderais abandonadas, motivo sincero da alegria de agora chegar à calma dos que revelam novos segmentos e querem dominar as fibras do sentimento.

Filmes, pois, das memórias somadas que indicam o prêmio da persistência no querer, os desejos incontidos gritam das origens que carecem da vontade no prosseguir fortemente rumo à essência do único pouso consistente diante de tudo, e que descerá nas quedas do desaparecimento e da ilusão de antes erguer aos infinitos o Eterno. Contemplar apreensões do desespero e sorrir além da inexistência.

Era este um ser em movimento, valores na elaboração das horas em simples felicidade. Nisso contemplar as sombras da caverna inda fria do labirinto, tocar às levezas nas mãos do passado e continuar através das notas da canção, sabores de viver em harmonia das certezas de possibilidades intensas.

Nos toques perpendiculares da luz nas folhas, os raios do dia adormecem penitentes ao sabor só de poucos, até então que regressem a mundos conhecidos em nova consciência. Será, no entanto, o padrão da libertação bem logo mais, na medida em que acalmem o senso de achar as pérolas e as razões de estar aqui. Nessa ocasião esplêndida, os frutos dourados da perfeição lhes tocarão os frutos da paz e reverterão processo de céus, terras e mares na descoberta de um Si definitivo.

4 comentários:

  1. Navegar nesses mares onde a realidade é o sonho e o sonho é a realidade.
    “ que beleza de colocações...é incrível como a cada dia que passa seus textos ficam mais ricos e atuais. Dentro das cavernas do ser existem fatos sentimentos e emoções que até Deus duvida. A sua é profunda.

    ResponderExcluir
  2. E aqui da minha janela, sentindo o cheiro do meu querido lírio que invade o meu quarto, vejo espigões, mas isso não me impede de olhar para o passado, com uma certa melancolia, e sinto uma sensação de paz...talvez pelos pouco raios que vejo desaparecer no horizonte . Parabéns Emerson Monteiro meu preferido escritor e um carinhoso abraço.

    ResponderExcluir
  3. Era este um ser em movimento valores na elaboração das horas simples da felicidade. Como é belo o texto de um escritor com sua sensibilidade. Nas sombras das cavernas físicas ou humanas, em cada uma delas existe um universo a ser explorado. As cavernas desde os primórdios da humanidade foi alvo de curiosidade, de proteção e de surpresa. Nunca podemos prever o que existe numa caverna. É espaço onde poucos conseguem alcançar. Já lhe disse, cada parágrafo dos seus textos é espaço literário onde nos deleitamos prazerosamente sem cansaço de ler. Um carinhosos abraço ao amigo Emerson Monteiro.

    ResponderExcluir
  4. Paz...todos precisamos de muita paz...paz para você...sempre!

    ResponderExcluir