No desenrolar dos acontecimentos universais, lá certo dia, Shiva decidiu cumprir longa excursão pelos seus domínios, deixando grávida a esposa, Parvati. Nessa viagem demorou ausente bom tempo, o suficiente a quando regressasse, e se aproximar de casa, avistar sua companheira abraçando carinhosamente um belo moço a quem demonstrava perfeita afeição em gestos de puro amor.
Sem maiores indagações, fruto da precipitação que lhe ocorreu ao transtorno dos sentimentos, Shiva avançou na direção do rapaz e, de chofre, lhe arrancou a cabeça em golpe ríspido e brutal.
Ao presenciar, no entanto, a violenta atitude do marido, aturdida com o gesto irreversível, em prantos, Parvati recorreu logo a esclarecer a Shiva que esse de quem acabava de tirar a vida seria o próprio filho, que nascera durante sua ausência, ali já em idade adulta pela demora de regressar, causando nisso a profunda amargura do casal.
Refeito do impacto que causara, apressado, o deus resolve procurar, a todo empenho, nos lugares em volta, a cabeça do filho, porém sem lograr êxito algum na empreitada. De tanta aflição e longe de resolver a dificuldade que criara e a dor intensa acarretada à deusa querida, decide substituir a cabeça removida do filho pela do primeiro animal que lhe apareceu à frente, um pequeno elefante que avistara por perto.
E, ainda mais, disposto a compensar o estrago da reação brusca e impensada, oferece ao filho, de nome Ganesha, poderes inigualáveis entre tantos outros deuses, dentre eles o de removedor de obstáculos dos que recorressem a seus préstimos no caminho da realização espiritual, sendo, por isso, das mais queridas de todas as divindades do panteão hinduísta, também conhecido com o deus da Prosperidade.
Bela história
ResponderExcluirgostei
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