Ou Diógenes, o Cínico, filósofo que existiu na Grécia Antiga e deixou história de vida marcada por episódios humorísticos face ao jeito de conduzir os acontecimentos sob o signo da irreverência. Desprendido das posses materiais, morava em um barril, de onde, certa feita, na presença solene de Alexandre Magno, quando este, ao se aproximar do filósofo quis lhe ser útil. Diógenes tão só pediu ao rei da Macedônia que se afastasse dali a fim de não encobrir o sol que aquecia sua precária residência. Não me tires o que não me podes dar! – acrescentou. Ao comentar o incidente, Alexandre afirmaria: Não fosse quem sou, gostaria de ser Diógenes.
Em outra ocasião, depois de andar longa data com uma pequena cuia na qual bebia água dos rios e lagos, se viu surpreso e desvanecido porque viu um jovem que usava apenas as conchas das mãos com a mesma finalidade. Sentiu o quanto perdera de tempo a transportar na cintura aquela peça desnecessária, vindo, então, a destruí-la com aborrecimento.
Buscava dar exemplo do viver simples, longe das luxúrias da civilização, testemunhando indiferença para com valores inúteis da acumulação das riquezas supérfluas. Nos seus conceitos, felicidade detém laços estreitos com a virtude, o autodomínio e a liberdade, práticas essenciais na suficiência da criatura humana neste mundo.
Dele também consta haver saído em plena luz do dia a transportar lanterna acesa e, ao ser indagado quanto aquilo, respondeu que procurava alguém que merecesse o título de homem verdadeiro.
Avistado a pedir esmola a uma estátua, teria justificado que assim exercitava o costume de nunca depender dos outros, porquanto com certeza jamais seria atendido, dada a cegueira daquela a quem dirigia seu pedido.
Indiferente aos preceitos morais da sociedade onde viveu, Diógenes deixaria à posteridade o questionamento de época cheia das pompas da artificialidade, exercitando na própria pele as mudanças que tanto desejara aos gregos.
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